Marco Feliciano: a cada dia com a situação mais complicada (Alexandra Martins / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 13h37.
São Paulo – Mais um dia atribulado na reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Desta vez, o pastor pediu a prisão de um manifestante que o chamou de racista.
Eu vou pedir para que a polícia da Casa... Aquele senhor de barba me chamou de racista. Isso é crime pelo Código Penal. Ele vai sair preso daqui, disse Feliciano.
Sob gritos de "a Casa é do povo", agentes da Polícia Legislativa retiraram o homem da comissão para prestar esclarecimentos. Ele, no entanto, não deverá permanecer detido.
Hoje, a organização da comissão havia optado pela distribuição de senhas a manifestantes contra e a favor de Feliciano, para evitar a repetição dos complicados dois encontros anteriores.
Mesmo assim, a reunião acabou transferida para outra sala, sem a presença de manifestantes.
Veja abaixo vídeo do momento em que o homem é retirado da comissão:
Abaixo-assinado entregue
Na manhã de hoje, os líderes do PSC receberam o abaixo-assinado online contra o pastor. Representantes da plataforma de petições Avaaz entregaram o documento com 455 mil nomes que querem a destituição de Marco Feliciano da presidência da CDHM.
Segundo Pedro Abramovay, diretor de campanhas do Avaaz, os membros do Partido Social Cristão afirmaram que, apesar das tentativas, não conseguiram demover o pastor de presidir a comissão, mas que "o partido dará a ele 30 dias de observação".
Novela
O caso do pastor Marco Feliciano está virando uma novela difícil de acompanhar: a cada dia, boatos de renúncia e avisos de que a situação será resolvida se misturam a assertivas contrárias de que o pastor só renuncia se morrer.
O fato é que, agora, qualquer novidade que venha a mudar os rumos da comissão só é esperada para a próxima terça-feira, 2 de abril.
Foi nesta data que o colégio de líderes da Câmara convocou uma reunião com a presença do próprio Feliciano. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves - que chegou a dizer que a situação estava insustentável e seria resolvida, na semana passada - esperava que o PSC convencesse o parlamentar a renunciar ontem.
O que se seguiu foi o oposto do esperado: o partido, cujos líderes vinham dando sinais de que queriam resolver a polêmica, saíram da reunião reforçando o apoio ao pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento.
"Feliciano é um deputado ficha limpa, tendo então todas as prerrogativas de estar na Comissão de Direitos Humanos e Minorias", disse a nota lida ontem por Everaldo Pereira, vice-presidente do PSC.
A situação toda só é realmente complicada por uma razão: pelo menos até agora, não foi encontrado nenhum dispositivo legal que permita ao presidente da Câmara ou ao PSC retirar Feliciano de onde está. Ele terá de ser convencido.
Atualizado às 16h45 para inclusão do vídeo.