Greve dos Correios: “os estudantes (...) que estejam receosos de não receber a correspondência poderão imprimir o cartão de inscrição a partir do portal do MEC”, disse Haddad (Antônio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2011 às 23h21.
Brasília - A Federação Nacional dos Trabalhadores de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) contestou hoje os números divulgados pelos Correios sobre o montante de 185 milhões de correspondências em atraso durante os 28 dias de greve. Segundo José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Federação, os números estão subestimados. Nas contas de Silva, o total de cartas não entregues durante a greve é o dobro do que a estatal anuncia. "O número é maior do que eles vêm dizendo. Não sei por que não divulgam o número correto. Talvez porque ficaram dizendo que a adesão à greve foi de só 20% dos trabalhadores".
Segundo Silva, somente nas cidades de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, é que os grevistas não voltaram ao trabalho. Nos Estados da Paraíba e do Piauí, houve assembleias durante a manhã e os trabalhadores que chegaram atrasados não puderam trabalhar, segundo o sindicalista. "Considero que houve um equívoco da diretoria regional (ao barrar os funcionários). Vamos conversar com a ECT em Brasília para que o ponto desses funcionários não seja cortado", disse.
Os Correios informaram que não permitiram a entrada dos funcionários em questão no turno da manhã porque eles chegaram depois do horário de tolerância. No turno da tarde, porém, os trabalhadores cumpriram suas atividades normalmente, segundo a estatal. A empresa não informou se haverá desconto do período em que esses funcionários não cumpriram a jornada.
Na última terça-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o encerramento da greve a partir de hoje. No julgamento, os ministros aprovaram reajuste salarial de 6,87% a partir de agosto com aumento linear de R$ 80 em outubro. A decisão também estabeleceu vale-alimentação de R$ 25, vale-cesta de R$ 140 e vale extra de R$ 575. Sobre os dias parados, o TST definiu o desconto de sete dias e a compensação dos outros 21, sem a devolução dos dias já descontados.