Crime: assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego ficou conhecido como a chacina de Unaí (George Frey/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2015 às 14h46.
São Paulo - Quase doze anos após o assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego, no crime que ficou conhecido como a chacina de Unaí, o Tribunal do Júri de Minas Gerais condenou na noite de sexta-feira (30), o fazendeiro Norberto Mânica a 100 anos de prisão e o empresário cerealista José Alberto de Castro a 96 anos, dez meses e 15 dias de prisão pelos quatro homicídios. Ambos, no entanto, poderão recorrer da decisão em liberdade.
Os dois foram acusados pelo Ministério Público Federal de serem mandantes do crime. A chacina aconteceu em 28 de janeiro de 2004 na zona rural de Unaí, Noroeste de Minas.
Os auditores fiscais Nelson José da Silva, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e João Batista Soares Lage e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados a tiros dentro de uma caminhonete do ministério, enquanto trabalhavam na região.
O crime, conforme a denúncia, foi por encomenda. Além dos dois condenados, são acusados de serem mandantes da chacina o ex-prefeito de Unaí, também fazendeiro e irmão de Norberto, Antério Mânica, e outro cerealista, Hugo Pimenta, que serão julgados, respectivamente, em 4 e 10 de novembro.
Como já haviam sido presos ao longo do processo, o tempo de cadeia de cada um foi reduzido. Ao final, caberá a Norberto 98 anos, seis meses e 24 dias de prisão. Para José Alberto, o período final foi de 96 anos, cinco meses e 22 dias.
O julgamento teve início na terça-feira. Durante o juízo, Norberto, que é acusado de ser o mentor do crime, negou participação. Já José Alberto confirmou que entrou em contato com Francisco Pinheiro, contratante dos pistoleiros e motorista para o crime, mas admitiu envolvimento apenas em uma morte, a de Nelson. O empresário negou ter tomado conhecimento que outras três pessoas seriam assassinadas.
Os executores do crime, Rogério Allan Rocha Rios, Erinaldo Vasconcelos Silva e Willian Gomes de Miranda cumprem, desde 2013, penas que variam de 56 a 94 anos de prisão. Francisco morreu na cadeia de acidente vascular cerebral no mesmo ano, antes de ser julgado. Para os assassinatos, os quatro teriam recebido R$ 39 mil.