Otimismo: Levy acredita que é possível vencer o desafio da inflação e avaliou positivamente a ação do Banco Central, comandado por Alexandre Tombini (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 13h40.
Brasília - Em um tom de despedida, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avaliou que independente do comandante, a Fazenda tem que ter um perfil técnico e arrojado. O ainda dirigente da Fazenda evitou antecipar sua saída.
"Ninguém quer causar constrangimento para o governo, não seria natural e não haveria razão. Eu acho que o que a gente tem que estar fazendo é apontando rumos, tudo que se conseguiu com trabalho conjunto foi começar o trabalho de reequilíbrio", disse.
Como um balanço, o ministro afirmou que tudo que foi feito em 2015 já está colocando o Brasil num caminho melhor e já apresenta resultados.
"Temos que entender que o Brasil é maior que qualquer discussão política que tenha hoje", disse.
O ministro destacou que teremos uma retomada do crescimento a medida que a presidente torne público em suas intenções para os próximos três anos.
Otimista, Levy acredita que é possível vencer o desafio da inflação e avaliou positivamente a ação do Banco Central, comandado por Alexandre Tombini, ao longo deste ano.
Em resposta ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, um dos cotados para assumir a Fazenda numa eventual saída de Levy, o atual ministro da Fazenda afirmou que "tem que gastar com investimento, mas tem que pagar o que já gastou".
Na quinta-feira, 17, Barbosa defendeu um gasto maior com investimentos.
Repetro
Ao defender um aprimoramento do marco regulatório do setor de óleo e gás, Joaquim Levy afirmou que uma revisão do modelo de partilha não é o ponto mais importante a ser discutido no momento. Ele não apresentou, entretanto, quais seriam suas propostas para o setor.
"Daqui a pouco está vencendo o Repetro. Temos que conversar sobre o futuro do Repetro para trazer tranquilidade", disse.
O regime aduaneiro especial para pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e de gás natural busca incentivar empresas estrangeiras - que prestam serviços para companhias detentoras de concessão ou autorização para exercer atividades no Brasil - a adquirirem bens, equipamentos, partes e peças com benefícios.
Levy voltou a usar o setor elétrico como exemplo de sucesso. "A gente conseguiu fazer um leilão significativo sem que as empresas precisassem pedir dinheiro ao BNDES", disse.