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Fazenda de Ricardo Teixeira é desocupada pelo MST

A desocupação ocorreu após uma decisão da justiça exigir a desmobilização do protesto e autorizar o uso de força policial em caso de descumprimento

MST: a ocupação da fazenda Santa Luzia, em Piraí, foi feita por 350 famílias (Ricardo Teixeira/MST/Twitter/Reprodução)

MST: a ocupação da fazenda Santa Luzia, em Piraí, foi feita por 350 famílias (Ricardo Teixeira/MST/Twitter/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de julho de 2017 às 15h01.

A Vara Única da Comarca de Piraí, no estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, visando a reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa, ocupada no início da manhã de ontem (25) por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As terras são de Teixeira.

A decisão dava aos manifestantes um prazo de três horas - a partir da notificação - para desmobilizar o protesto e autorizava a utilização de força policial em caso de descumprimento.

A liminar determinou ainda que um oficial de justiça cumprisse a decisão e identificasse os líderes do movimento, o número de acampados e possíveis bens que foram objeto de dano. Ficou também fixada multa diária de R$ 30 mil em caso de nova ocupação.

O MST cumpriu a decisão e desocupou a fazenda na manhã de hoje (26), após a realização de um último ato político. A ocupação da fazenda Santa Luzia, em Piraí, foi feita por 350 famílias, segundo o MST, como parte da Jornada Nacional do MST em defesa da Reforma Agrária. O ato ocorre em outras partes do país e também marca o Dia do Trabalhador Rural.

MST acusa Ricardo Teixeira

Em seu site, o MST afirma que Teixeira é um "notório denunciado" e "não só desencadeou todo um sistema de estelionato sobre o futebol e lavagem de dinheiro no Brasil, segundo estimam procuradores do Ministério Público Federal, como sua expertise em corrupção no futebol é pauta do FBI e da polícia espanhola".

Ricardo Teixeira teve um mandado de prisão expedido pela justiça espanhola, e a Procuradoria Geral da República já pediu às autoridades do país europeu acesso às investigações.

O ex-dirigente é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa na Espanha. Como ele é brasileiro nato, não pode ser extraditado, mas os procuradores buscam uma forma de viabilizar as investigações no Brasil.

"Quando a documentação for recebida pela Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República, vai ser encaminhada ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que irá analisar o caso e tomar as medidas cabíveis", diz a nota do Ministério Público Federal.

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