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Favela Criativa desenvolve talentos em comunidades do Rio

Secretaria de Cultura lança o Favela Criativa, programa que se baseia na ideia de que existe um celeiro de talentos entre os jovens das favelas


	Favela no Rio de Janeiro: o Favela Criativa pretende ajudar a desenvolver esses talentos
 (Wikimedia Commons/Reprodução)

Favela no Rio de Janeiro: o Favela Criativa pretende ajudar a desenvolver esses talentos (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 08h44.

Rio de Janeiro - A Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro lança hoje (26) o Programa Favela Criativa, voltado para jovens das favelas cariocas.

“A gente tem, naturalmente, um foco de ação muito grandes nas favelas onde há unidades de Polícia Pacificadora (UPP)”, disse à Agência Brasil a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes.

O programa se baseia na ideia de que existe nessas comunidades um celeiro de talentos e potências criativas entre os jovens, disse Adriana.

Trata-se, segundo ela, de uma “garotada com muita capacidade de realização, muita criatividade, muito interesse em se expressar por meio da arte e da cultura e em trabalhar com isso. Muita capacidade, inclusive, de pensar sua vida a partir da profissionalização nessas áreas”.

Nesse sentido, o Favela Criativa pretende ajudar a desenvolver esses talentos e a promover a articulação dos jovens com o restante da produção cultural e artística da capital.

O programa quer também articular a cidade com o que está sendo feito nas comunidades, integrando o potencial criativo jovem das favelas à cena artística e cultural do Rio de Janeiro e do Brasil.

O programa tem vigência prevista até 2016, mas a secretária espera que ele possa ter continuidade no próximo governo.

Fruto de parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada, o Favela Criativa conta com recursos de R$ 14 milhões, oriundos de várias fontes, que incluem o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Ministério da Cultura, o Programa de Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica, a própria secretaria e a distribuidora de energia Light.

A secretária acredita, entretanto, que a dotação orçamentária do Favela Criativa poderá ser ampliada no decorrer do tempo.

“Eu acredito que os recursos investidos neste momento podem potencializar e atrair novos recursos”.

Ela confia que nos próximos anos, a partir do momento em que o trabalho ganhar uma dinâmica própria, o setor privado poderá aumentar seu apoio e o governo definirá novos recursos orçamentários.


Três eixos foram estabelecidos para a primeira fase do programa. 

O primeiro trata da formação artística dos jovens. 

“Porque é importante que a gente qualifique essa garotada, para que ela tenha as ferramentas capazes de proporcionar o desenvolvimento do talento que já tem naturalmente”, explicou a secretária.

A intenção é criar um circuito cultural que dê visibilidade e incentive a produção cultural das favelas.

O segundo eixo é o da economia criativa. Adriana Rattes lembrou que um dos maiores desafios hoje para a inserção das favelas cariocas na vida cotidiana e formal da cidade e do estado é a geração de emprego e renda.

O programa oferece cursos de formação cultural e empreendedorismo, além de consultorias e serviços de acompanhamento a projetos e feiras de negócios.

O último eixo se refere ao fomento às manifestações artístico-culturais nas comunidades, disponibilizando recursos por meio de editais públicos.

“Porque a gente precisa aproximar os patrocinadores, os investidores e os consumidores desse tipo de atividade e da manifestação cultural que está sendo pensada e produzida pelos jovens. Porque é preciso financiamento para a produção cultural de qualquer lugar, não só das favelas”, destacou.

O novo programa do governo fluminense prevê a concessão de bolsas em cursos variados ligados à área de cultura, dentro da necessidade de qualificação desses jovens talentos.

Adriana Rattes deixou claro, porém, que o programa “não tem a visão paternalista sobre a produção dos jovens. Pelo contrário. O programa parte da premissa de que há um grande e valioso celeiro de talentos para as artes e para a cultura em geral, de criatividade, nesses lugares. E a gente quer oferecer a oportunidade para que eles se formem e se desenvolvam com excelência”.

O lançamento do novo programa será feito na Biblioteca Parque de Manguinhos, na zona norte do Rio.

Está prevista também, durante o evento, a inauguração do Cineteatro Eduardo Coutinho, cujo nome homenageia o cineasta e documentarista brasileiro assassinado no início deste ano pelo filho.

O cineteatro oferecerá programação de cinema e artes cênicas dentro do Programa Favela Criativa.

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