São Paulo – Faltando dois dias para o início do recesso do Congresso Nacional, o agora ex-senador José Sarney (PMDB) se despediu da vida pública com um discurso no plenário do Senado. Na semana anterior, sua herdeira Roseana Sarney renunciou ao governo do Maranhão – estado dominado pelo grupo do ex-presidente durante 5 décadas.
Para o jornal americano The New York Times, o fim da era Sarney no Maranhão representa o declínio do "último dos grandes coronéis do Brasil" e pode sinalizar o desgaste de outras famílias que mantiveram seu domínio na política nacional por décadas.
“Poderosas dinastias em outros lugares do Brasil estão mostrando sinais de desgaste”, afirma a publicação.
Exemplo disso, segundo o jornal, são as derrotas do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e de Helder Barbalho (PMDB) nas disputas pelos governos da Paraíba e Pará, respectivamente.
Ambos são filhos de ex-governadores Ronaldo Cunha Lima e de Jader Barbalho, que comandaram os estados. No entanto, este ano, o capital político familiar não foi suficiente para manter as famílias no poder.
Apesar disso, segundo a publicação, a presidente reeleita Dilma Rousseff ainda não tem muitas opções e, para manter a governabilidade, segue forjando "alianças com partidos de centro ou conservadores, governados pelos chefes políticos da velha escola”.
No início da semana passada, a nomeação de Helder Barbalho para o Ministério da Pesca e Aquicultura é uma das várias comprovações para isso.
Ao mesmo tempo, a reportagem pondera que poderosas famílias políticas tendem a ser resilientes e podem se organizar para preparar um retorno a qualquer momento. No Alagoas, Renan Filho, herdeiro do senador Renan Calheiros, conquistou no primeiro turno o governo do estado nas eleições deste ano.
Foi também no dia 5 de outubro deste ano, que Flávio Dino (PC do B) desbancou Edison Lobão Filho (PMDB), aliado de Sarney, e conquistou o governo do Maranhão encerrando um ciclo de 50 anos de domínio do ex-senador no estado.
"Se o Maranhão pode mudar, então os oligarcas de toda parte podem ser coibidos neste país", afirmou o advogado Rodrigo Lago em entrevista ao jornal.
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1. O importante é competir...
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1/21 (Vagner Campos/MSILVA Online)
São Paulo - E
Marina Silva acabou entrando na lista de derrotados do primeiro turno. Além dessa grande surpresa, outras viradas e resultados inesperados marcaram as vitórias e derrotas no primeiro dia de eleição. Veja a seguir quem foram os principais derrotados da noite:
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2. Marina Silva
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2/21 (Sergio Moraes/Reuters)
Marina Silva, quando entrou na disputa no lugar de
Eduardo Campos, parecia que seria a próxima presidente do País. Ela incorporou uma imagem quase santa. As pesquisas mostravam um empate com
Dilma no primeiro turno e uma vitória no segundo. Mas, alguns debates e muitos ataques do
PT depois, Marina despencou. Alguns dias atrás, Aécio Neves parecia estar delirando quando disse que tinha certeza de que iria para o segundo turno. Só parecia. Ela conseguiu pouco mais de 22 milhões de votos (21,3%).
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3. Rui Costa Pimenta
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3/21 (Divulgação/Facebook/Rui Costa Pimenta)
O candidato à presidência do PCO teve de se conformar com a lanterninha da corrida presidencial. Ele obteve pouco mais de 13 mil votos (0,01%).
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4. Alexandre Padilha
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4/21 (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
O ex-ministro da Saúde se mostrou, aos olhos do PT, um candidato correto e firme para tirar o monopólio do
PSDB em São Paulo. Mas
Alexandre Padilha não teve um apoio forte da máquina governamental do PT na campanha - como era esperado - e nunca chegou perto de incomodar
Geraldo Alckimin na disputa. Acabou ficando em terceiro, com 18,22% dos votos.
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5. Paulo Skaf
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5/21 (Ayrton Vignola/Skaf 15/Divulgação)
O candidato do
PMDB ao governo de São Paulo também nunca chegou perto de Geraldo Alckmin na disputa. Ficou em segundo lugar com 21,53% dos votos - bem mais perto do terceiro colocado que do topo.
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6. Gleisi Hoffmann
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6/21 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
A ex-ministra-chefe da Casa Civil deixou o cargo para se candidatar ao governo do
Paraná, mas não obteve sucesso. Ficou em terceiro lugar na votação, com 14,87% dos votos - e bem longe de Beto Richa, reeleito.
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7. Eduardo Suplicy
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7/21 (Fábio Teixeira/ EXAME.com)
Eduardo Suplicy vai sentir saudades de seus discursos e cantorias no Senado Federal. Desde 1991 no cargo, o candidato do PT perdeu a vaga para
José Serra. Suplicy ficou em segundo lugar, com 32,53% dos votos.
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8. Gilberto Kassab
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8/21 (José Cruz/ABr)
O ex-deputado federal e ex-prefeito de São Paulo não repetiu suas vitórias anteriores dessa vez. Candidato ao Senado do
PSD, partido do qual é presidente,
Kassab ficou apenas em terceiro, com 5,94% dos votos.
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9. Paulo Bauer
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9/21 (Diego Redel/Divulgação/Paulo Bauer)
Paulo Bauer (atualmente no PSDB) sempre sentiu o gosto da vitória em
Santa Catarina. Mas o ex-senador não obteve sucesso ao tentar impedir a reeleição do governador Raimundo Colombo. Com 29,9% dos votos, não conseguiu nem levar a disputa para o segundo turno.
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10. Roberto Requião
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10/21 (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)
Roberto Requião (PMDB) já obteve muitas vitórias nas urnas do Paraná: duas vezes como senador, três vezes como governador e também como deputado estadual. Mas, em 2014, teve de encarar a derrota: ficou em segundo lugar na disputa pelo governo do Paraná e ainda perdeu no primeiro turno. Obteve 27,65% dos votos.
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11. Anthony Garotinho
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11/21 (Bloomberg News)
O ex-governador do
Rio de Janeiro chegou a liderar as pesquisas para o governo, mas despencou em poucos dias. No fim, o candidato do PR ficou de fora do segundo turno, que será disputado entre Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella. Obteve 19,73% dos votos.
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12. Pimenta da Veiga
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12/21 (Pedro Paiva/Agência de Notícias PSDB-MG)
Ex-deputado federal e ex-prefeito de
Belo Horizonte e uma das lideranças do PSDB, o candidato Pimenta da Veiga não correspondeu às expectativas e saiu derrotado das urnas na disputa pelo governo de
Minas Gerais. Conseguiu uma votação expressiva (41,89% dos votos, mais de 4 milhões), mas seu adversário Fernando Pimentel (PT) conseguiu mais da metade dos votos.
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13. Edison Lobão Filho
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13/21 (Wilson Dias/Abr)
O senador pelo
Maranhão não obteve sucesso ao tentar ser governador do estado. Foi derrotado ainda no primeiro turno, apesar de ter levado 33,69% dos votos.
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14. Agnelo Queiroz
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14/21 (Beto Oliveira/ Câmara dos Deputados)
Governador em exercício, do partido da posição e ainda em pleno
Distrito Federal. Nenhuma dessas vantagens (teoricamente) foi capaz de ajudar o candidato do PT Agnelo Queiroz. Ele não conseguiu se reeleger, ficando fora do segundo turno. Obteve apenas 20,07% dos votos.
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15. Cesar Maia
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15/21 (Márcio José Moraes/Divulgação)
O ex-prefeito do Rio de Janeiro não conseguiu derrotar o campeão da Copa de 94. O candidato do
DEM obteve apenas 20,51% dos votos e perdeu a vaga no Senado para
Romário.
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16. Yeda Crusius
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16/21 (JEFFERSON BERNARDES/Divulgação)
A ex-governadora do
Rio Grande do Sul conseguiu um resultado pífio em seu estado. Candidata do PSDB para ser deputada federal, obteve apenas 71.794 votos, 1,22% do total.
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17. Armando Monteiro
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17/21 (Pedro França/Agência Senado)
O senador por
Pernambuco não conseguiu se eleger governador. O candidato do PTB obteve menos da metade dos votos do seu adversário, Paulo Câmara - este eleito em primeiro turno.
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18. Cândido Vaccarezza
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18/21 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Citado em um suposto esquema de corrupção envolvendo a
Petrobras, o deputado federal por São Paulo do PT não conseguiu se reeleger. Vaccarezza obteve apenas 50 mil votos, 0,24% do total.
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19. Heloísa Helena
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19/21 (Lailson Santos/VEJA)
A candidata do
PSOL ao Senado por Alagoas perdeu para um nome bem polêmico:
Fernando Collor. O ex-presidente-deposto foi reeleito. Helena obteve um bom resultado, 31,76%, mas não o suficiente.
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20. Angela Portela
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20/21 (Wikimedia Commons)
A senadora por
Roraima tinha a força do PT ao seu lado na disputa pelo governo do estado. Mas Portela perdeu ainda no primeiro turno para Chico Rodrigues, com 30,82%.
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21. Agora conheça os deputados mais atuantes
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21/21 (Pedro França/Agência Senado)