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Famílias da tragédia em Mariana receberão casas, diz Vale

O diretor-presidente da Vale disse que a Samarco vai reconstruir as casas das famílias atingidas pela tragédia em Mariana até o fim do ano


	Lama que invadiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, após o rompimento de barragens da Samarco
 (Douglas Magno / AFP)

Lama que invadiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, após o rompimento de barragens da Samarco (Douglas Magno / AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 20h53.

O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou hoje (25) que a mineradora Samarco vai reconstruir as casas das famílias atingidas pela tragédia em Mariana, Minas Gerais, até o fim deste ano.

Segundo Ferreira, a determinação foi dada pelos conselheiros da empresa a seus gestores. Ele disse que tem acompanhado a implementação das medidas de apoio às pessoas afetadas pelo acidente e garantiu que a mineradora cumprirá as ações de remediação dos danos.

No dia 5 de novembro do ano passado, uma barragem de rejeitos da Samarco rompeu-se e derramou 32 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração no Rio Doce. O episódio causou a morte de 17 pessoas e deixou dois desaparecidos no distrito de Bento Rodrigues , destruiu e prejudicou o abastecimento de água em diversos municípios e continua causando impactos ambientais graves no rio e no oceano.

O presidente da Vale, empresa controladora da Samarco, disse que o conselho da mineradora determinou que, até o fim deste ano, todas as casas sejam reconstruídas. De acordo com Ferreira, as famílias concordarão com o local em que vão ser realocadas e todas as residências deverão ser entregues com o mobiliário colocado.

Ele explicou que, devido ao estado de destruição, as famílias não vão poder optar pela construção das casas no distrito de Bento Rodrigues. O assunto será discutido em fevereiro, quando se buscará a "localização exata de todas essas residências".

Murilo Ferreira conversou com jornalistas após se reunir, nesta tarde, com a presidenta Dilma Rousseff e os representantes da União e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, que moveram ação na Justiça contra a Samarco e suas duas controladoras (Vale e BHP). A Advocacia-Geral da União (AGU) e os estados pedem um valor mínimo de R$ 20 bilhões para reparação dos estragos socioambientais e econômicos decorrentes da tragédia.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, informou que as empresas e os entes públicos têm até o próximo dia 3 para apresentar uma proposta de acordo à Justiça.

Nesta quinta-feira (28), os representantes de Minas Gerais, do Espírito Santo e da União vão se reunir em Brasília com as empresas, que deverão apresentar sugestões de acordo. "As ações de recuperação, de curto, médio e longo prazo, são o foco central do acordo, mas sem prejuízo das exigências imediatas, como fornecimento de água e colocação pessoas em casas e não abrigos, por exemplo", disse Adams.

Adams informou que do R$ 1 bilhão inicial prometido por meio do Termo de Ajustamento de Conduta, R$ 500 milhões já foram aportados pela empresa. Segundo o presidente da Vale, desde o Natal, todas as famílias afetadas pela tragédia já se encontram em casas alugadas pela Samarco, com exceção das que optaram por ficar na casa de parentes.

"Quanto aos cartões de assistência financeira, ainda existem [casos] pendentes. Nas localidades mais atingidas perto de Mariana, já foi completada a distribuição dos cartões", disse Ferreira. Ele prometeu que as seis pontes que foram destruídas até o município de Barra Larga estarão reconstruídas até o fim deste mês.

"Eu apenas estou dizendo. Não sou presidente da Samarco, mas fui informado dessas medidas todas. Eu tive oportunidade de visitar e de acompanhar a implementação dessas medidas, mas tenho certeza de que a empresa fará a remediação", garantiu Ferreira.

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