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Família de menor morto acusa PM de adulterar cena

Mãe do menino morto por policiais militares quer a realização de um exame residuográfico nas mãos do menino, que tinha 11 anos


	Arma: mãe do menino de 11 anos morto por policiais militares pede a realização de um exame residuográfico
 (Getty Images)

Arma: mãe do menino de 11 anos morto por policiais militares pede a realização de um exame residuográfico (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2016 às 11h46.

São Paulo - A empregada doméstica Cintia Ferreira Francelino, de 29 anos, mãe do menino morto por policiais militares, defendia a realização de um exame residuográfico nas mãos do menino.

O teste permite descobrir se alguém disparou uma arma de fogo. Para ela, o revólver achado no local do crime foi "plantado" por PMs. "Foram eles que colocaram. Quero exame de pólvora na mão do meu filho", afirmou.

As declarações foram dadas aos prantos, quando a doméstica chegou ao Instituto Médico-Legal (IML) Oeste, na Vila Leopoldina, para identificar o filho.

Ela foi amparada por quatro familiares e chorava muito. "Por que mataram meu filho? Será que ele (o policial que efetuou o disparo na cabeça do menino) não viu que era uma criança? Ele tem filho?", questionou. "Quero ele preso", gritava.

O menino cursou apenas até a 4.ª série e havia deixado a escola no fim do ano passado. Passava o dia nas ruas. Vinha sendo criado pela avó paterna, segundo contou a mãe.

Ela negou que a criança já tivesse sido detida alguma vez - embora, segundo a polícia, tivesse sido levada para delegacias de polícia duas vezes neste ano, ambas por furto e sempre na companhia do garoto de 11 anos que sobreviveu à ação.

Familiares da mãe, que não quiseram ser identificados, fizeram coro às dúvidas quanto à posse de um revólver no momento da ação.

"A gente sabe como são as coisas onde a gente mora. Todo mundo sabe. Todo mundo ali sabe que ninguém daria uma arma para um menino de 10 anos", disse. "Tem consequência. Então, não tinha como ele ter uma arma."

Na casa da avó, na Favela do Piolho, no Campo Belo, zona sul, o menino tinha uma caixa de engraxate e, segundo os parentes, costumava ir até o Aeroporto de Congonhas para ver se conseguia algum dinheiro.

"Os meninos lá só querem ficar na lan house. Por isso ele queria dinheiro", afirmou o tio. "Ele era uma criança, só gostava de música, de corrente, de ouvir funk. Queria ser MC", completou a mãe.

Tanto ela quanto o pai do menino também já tiveram passagens pela polícia, segundo informações da Polícia Civil. A mãe foi acusada de furto e roubo, entre os anos de 2006 e 2007.

Ela chegou a ser detida no fim do ano passado em Itanhaém, no litoral do Estado. Já o pai do garoto tem dois registros de prisão por tráfico de drogas. Um em 2009 e outro em 2013, quando também foi indiciado por corrupção ativa. A mãe foi questionada sobre os casos, mas se negou a falar. Ela afirmou que não conhecia o outro menor envolvido na ação, só sua mãe.

O corpo do menino foi liberado no começo da tarde de ontem, mas a família teve de buscar ajuda de amigos para providenciar o caixão para o sepultamento.

O enterro será hoje, às 10 horas, no cemitério São Luís, zona sul da capital paulista. 

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