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Crise em Manaus: debate sobre impeachment de Bolsonaro ganha força

Colapso na saúde da capital amazonense agrava crise política no governo Bolsonaro. Redes sociais pressionam por afastamento do presidente

Presidente Jair Bolsonaro: agravamento da situação de Manaus e derrota para Doria no episódio da vacina (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro: agravamento da situação de Manaus e derrota para Doria no episódio da vacina (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

CA

Carla Aranha

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 06h00.

A semana começa com novas pressões sobre o presidente Jair Bolsonaro. O agravamento de pandemia no país, com  o aumento do número de mortes e a falta de oxigênio  em Manaus, tem aumentado o coro de vozes que pedem o impeachment de Bolsonaro, apesar da alta popularidade do presidente.

Na semana passada, mais de 200 pessoas foram hospitalizadas por dia pela covid na capital do Amazonas, mas não faltaram alertas da crise iminente. A empresa White Martins, uma das maiores fornecedoras de oxigênio para uso hospitalar no país, disse que informou no início do mês as autoridades sobre a possibilidade de faltar oxigênio medicinal na capital, dado o grande aumento do número de casos da covid, e solicitou apoio ao governo.

No início da semana passada, Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, chegou a se deslocar para Manaus para averiguar pessoalmente a extensão do problema, mas nada foi feito na ocasião.

Pouco antes do desastre na capital amazonense, o presidente Jair Bolsonaro deu razão aos protestos contra o fechamento do comércio em Búzios e em Manaus. "Sei que a vida não tem preço. Mas não precisa ficar com esse pavor todo", disse o presidente no dia 28 de dezembro, quando jogou uma partida de futebol em Santos.

Já no auge da nova crise da capital amazonense o presidente disse que tinha "feito todo o que podia" para amenizar a gravidade da situação local.  Os panelaços voltaram nas capitais e um placar do impeachment nas mídias sociais mostra o número de deputados que vem se posicionado a favor do afastamento do presidente.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, não tem poupado críticas sobre a capacidade do governo no enfrentamento da pandemia, “A falta de oxigênio em Manaus, a falta de coordenação com os estados e municípios são resultado de uma agenda negacionista que muitas lideranças promovem”, escreveu no Twitter recentemente.

Com a aprovação da Coronavac pela Anvisa e o início da vacinação em São Paulo, a percepção geral é que o presidente saiu derrotado no episódio da vacina no país. O governador João Doria, um dos principais oponentes do presidente Bolsonaro, também ganho voz nacional.

No último domingo, dia 17, quando foram vacinadas mais de cem pessoas em São Paulo, o governador foi mais enfático em suas críticas ao Palácio do Planalto e tomou as rédeas em relação a Manaus. “São Paulo vai mandar 50 mil doses da vacina para o Amazonas, independentemente da cota do estado, porque não confiamos no Ministério da Saúde”, afirmou Doria em coletiva de imprensa realizada no domingo.

 

 

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