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FAB resgata 14 pessoas presas em San Martin após Irma

Entre os passageiros estavam sete brasileiros, quatro holandeses, dois venezuelanos e um norte-americano

Saint Martin: um dos brasileiros relata que foram grandes as dificuldades para deixar a ilha após a passagem do furacão (Netherlands Ministry of Defence/Handout/Reuters)

Saint Martin: um dos brasileiros relata que foram grandes as dificuldades para deixar a ilha após a passagem do furacão (Netherlands Ministry of Defence/Handout/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 10h38.

Já está em solo brasileiro o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que resgatou 14 pessoas que estavam na Ilha de San Martín, no Caribe, durante a passagem do furacão Irma.

A aeronave pousou por volta de 1h30 de hoje (13) em Brasília. Entre os passageiros estavam sete brasileiros, quatro holandeses, dois venezuelanos e um norte-americano.

Um dos brasileiros que chegou à bordo do avião presidencial VC-2, da Embraer, foi o paulista Ricardo Passarelli, que morava na ilha há mais de um ano.

Por meio de nota divulgada pela FAB, Passarelli disse que 95% do local ficou destruído com o desastre ocorrido no dia 6 de setembro. O teto da casa em que ele morava foi destruído. O hotel onde ele ficou hospedado, que contava com um bunker subterrâneo, ficou com água até as canelas.

Em relato divulgado pela FAB, Passarelli diz que foram grandes as dificuldades para deixar a ilha, e que só aeronaves militares tinham condições de pousar na região. O saguão do aeroporto foi destruído. Com isso foi necessário montar tendas para que as pessoas tivessem condições de aguardar os voos. "Onde o furacão passou, derrubou tudo", disse o paulista.

Morador há nove meses da Ilha de São Martinho, o paranaense Helton Laufer também estava entre os passageiros da aeronave. Graças as facilidades que tinha de acesso a sistemas de comunicação, ele pôde ajudar outras pessoas a se comunicarem com o Itamaraty. Com isso foi possível às autoridades brasileiras, mapear necessidades de apoio e acionar as estruturas governamentais necessárias para que a missão de regate fosse cumprida.

Segundo ele, o desastre ficou maior porque, apesar dos avisos feitos pelas autoridades locais, muitas pessoas se recusaram a evacuar a ilha por acharem que o furacão não causaria tantos estragos.

"O brasileiro não tem experiência com esses fenômenos. Pensamos que se todos estavam ficando na ilha, poderíamos ficar também. Se soubéssemos o quão forte seria, teríamos ido embora antes", disse Helton por meio da nota divulgada há pouco pela FAB.

Em meio ao caos, foi impossível para muitas pessoas acessarem a serviços bancários, o que inviabilizava também as viagens comerciais. Nesse sentido, acrescentou o brasileiro, a ajuda da FAB foi essencial.

Para piorar, a falta de energia elétrica comprometeu o funcionamento do controle de tráfego aéreo, que acabou sendo coordenado por militares norte-americanos.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro havia identificado pouco mais de 60 brasileiros nas ilhas caribenhas de São Martinho, Tortola (uma das Ilhas Virgens Britânicas) e Turcas e Caicos (também sob a soberania britânica), e que nessas localidades apresentaram situação de colapso total ou parcial da infraestrutura de transportes, comunicações e abastecimento.

Alguns brasileiros já receberam apoio ou foram retirados das ilhas graças à cooperações internacionais. Além disso, está sendo providenciada a retirada daqueles que se encontram em territórios britânicos, em coordenação com o governo do Reino Unido, pois a pista do aeroporto de Tortola não permite aterrissagem nas condições atuais.

*Colaborou Andréia Verdelio

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