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Fã da Lava Jato, Carlos Velloso abre caminho para assumir Justiça

Após críticas a deputado do PMDB, Temer está inclinado a indicar ex-ministro do STF para substituir  Alexandre de Moraes

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso (José Cruz/ABr/Agência Brasil)

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso (José Cruz/ABr/Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Brasília - A novela sobre quem substituirá Alexandre de Moraes, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), pode estar perto do seu desfecho. O presidente Michel Temer (PMDB) estaria inclinado a nomear o ex-ministro do Supremo Carlos Velloso para o comando do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Cotado para assumir a pasta, Velloso disse na semana passada que o novo ministro da Justiça não poderá ser entrave para a Operação Lava Jato. “A Lava Jato está passando a limpo o Brasil. Tem o apoio da sociedade brasileira e da mídia séria”, afirmou o ex-ministro do STF.

Velloso não acredita que o próximo chefe da Justiça tome qualquer decisão contrária à Operação Lava Jato. Para ele, a “Polícia Federal tem grande grau de autonomia e o Ministério Público é reconhecidamente uma instituição independente e autônoma”.

Em outro momento, o ex-magistrado afirmou que a Lava Jato representa um marco e destacou o fato de Poder Judiciário, o Ministério Público e a polícia trabalharem em conjunto para acabar com os rumores de que são responsáveis pela impunidade do país.

Auxiliares do Palácio do Planalto afirmaram a EXAME.com que a postura de Velloso em relação às investigações pesam a seu favor.

“Se ele aceitar, será o ministro da Justiça. O presidente Temer e ele ainda conversarão mais uma vez. Além de ter uma posição aceitável sobre a Lava Jato, Velloso tem representatividade jurídica”, afirmou um interlocutor do presidente.

Quais outros fatores fortalecem a eventual indicação de Velloso? Além de ser um nome que agrada ao PMDB e ao PSDB, ele tem apoio da área jurídica. Com perfil técnico, o ex-ministro do Supremo é considerado um interlocutor qualificado junto aos tribunais superiores.

Outra questão que o coloca como favorito para a vaga é o fato de ser de Minas Gerais, estado que ainda não foi contemplado com uma vaga no primeiro escalão do governo Temer.

A ideia de dar uma solução política para o cargo perdeu força na segunda-feira (13). Alguns conselheiros de Temer defendiam a indicação do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) para o cargo como forma de fazer um aceno ao núcleo peemedebista da Câmara dos Deputados. As declarações do parlamentar sobre o Ministério Público, porém, minaram suas chances. No passado, o parlamentar do PMDB criticou o poder de investigação do Ministério Público.

Após Pacheco se tornar carta fora do baralho, Velloso abriu caminho para assumir a pasta. Além de ter trânsito no Poder Judiciário, o ex-ministro do STF tem força para enfrentar a crise de segurança pública, avaliam auxiliares de Temer.

O presidente se reuniu com Velloso na tarde desta terça-feira (14). Ainda devem se reunir pelo menos mais uma vez. Temer deve bater o martelo sobre o novo ministro da Justiça apenas na semana que vem, após a sabatina de Alexandre de Moraes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre sua indicação ao Supremo.

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