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Experimentar é chave para a revolução verde em São Paulo

São Paulo - As cidades estão no cerne dos grandes problemas urbanos. E quem melhor que elas, palcos da vida cotidiana, para resolvê-los? No processo de desenvolvimento, a sustentabilidade é um pilar importante. Mas concretizá-lo exige um grande pacto social e, principalmnte, liberdade para experimentar. Falando assim, parece simples. Mas quanto mais complexa for uma […]

André Lahoz, diretor de redação de EXAME.com, Fernando de Mello Franco, secretário de desenvolvimento urbano, 
Marcos Lisboa, economista e vice-presidente do Insper e Philip Yang, fundador do Instituto Urbem
 (Lela Beltrão / EXAME)

André Lahoz, diretor de redação de EXAME.com, Fernando de Mello Franco, secretário de desenvolvimento urbano, Marcos Lisboa, economista e vice-presidente do Insper e Philip Yang, fundador do Instituto Urbem (Lela Beltrão / EXAME)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 11h52.

São Paulo - As cidades estão no cerne dos grandes problemas urbanos. E quem melhor que elas, palcos da vida cotidiana, para resolvê-los? No processo de desenvolvimento, a sustentabilidade é um pilar importante.

Mas concretizá-lo exige um grande pacto social e, principalmnte, liberdade para experimentar. Falando assim, parece simples. Mas quanto mais complexa for uma sociedade, maior será o desafio. São Paulo é exemplo.

"Não podemos olhar a cidade por fragmentos, mas como um grande ecossistema urbano, que demanda visão holística. Para crescer de forma sustentável, precisamos enfrentar politicas que deem conta da totalidade e diversidade dos territórios, agentes privados, públicos e população", afirmou Fernando de Mello Franco, secretário de desenvolvimento urbano de SP, durante o EXAME Fórum Sustentabilidade, que acontece nesta quarta-feira, em São Paulo.

Segundo Mello Franco, o novo Plano Diretor vai ao encontro dessa visão. "Ele direciona o crescimento da cidade não mais pelo paradigma rodoviarista, mas pelo desenvolvimento do transporte publico. É uma política de contenção, que privilegia uma cidade mais compacta, cuja estrutura de projetos de expansão é articulada entre vários setores, não apenas pela lógica imobiliária".

Apesar de enxergar pontos positivos nas novas regras que orientam como construir e utilizar o espaço urbano, Marcos Lisboa, economista e vice-presidente do Insper, critica a "lei muito detalhada", que engessa a possibilidade de inovação.

"Tem muita regra, muita complexidade. Isso é da nossa tradição legislativa, ela é autoritária, deixa as cidades experimentarem muito pouco", pontuou. Ele citou como exemplo de sucesso de reinvenção a experiência de Nova York nos últimos 20 anos.

"Nova York passou por uma revitalização incrível porque experimentou seus espaços. Deu certo, mantém, deu errado, esquece", disse, destacando que a cidade é um organismo vivo, que se transforma com o tempo. Nesse sentido, a regulação excessiva acabaria por prejudicar e não ajudar.

O potencial de reinvenção da capital paulista é monstruoso. De acordo com Philip Yang, fundador do Instituto Urbem, entre as cidades globais, SP é a que tem os maiores estoques de áreas locais subutilizadas.

Para ele, o novo Plano Diretor oferece uma visão ampliada e mais integrada do tecido urbano. Mas há obstáculos para implementá-lo.

"É preciso baixar o nível de desconfiança entre os grandes atores, academia, setor privado, Ongs e população. A simplificação passa por um modelo de governança que não temos aqui", acrescentou.

Essa união, segundo o especialista, é fundamental para termos uma cidade mais sustentável, "com menos muros, mais calçadas largas e ativas, praças e áreas de convivência múltipla". É este, segundo ele, o caminho para forjar cidades melhores e "livres do apartheid social que gera ressentimentos".

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