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Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 18h35.
Depois da ocupação policial do Complexo do Alemão, na Penha, Rio de Janeiro, três favelas entraram em estado de alerta: a Mangueira, em São Cristóvão, a Rocinha, na zona sul, e Manguinhos, na zona norte. Seja pela expectativa de que receberão uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) ou pela possibilidade de estas favelas estarem abrigando traficantes fugidos do Alemão.
Das três comunidades, a que está mais perto de ser pacificada é a Mangueira. "Tem a quadra da escola de samba que recebe muito turista, além de ser um local em que o tráfico exerce poder", disse o comandante do batalhão da área (4º BPM), coronel Rogério Leitão. Ele, no entanto, não confirma que o morro seja um dos próximos a receber o projeto.
Por receber grande número de turistas e possuir locais de fácil acesso para a venda de drogas, a Mangueira também é reduto importante para o Comando Vermelho, facção que foi atingida no Alemão. Nos últimos dias, a polícia recebeu denúncias de que bandidos teriam se refugiado na comunidade, mas ainda não há informações confirmadas.
Já moradores da Rocinha, que é comandada por quadrilha rival à do Alemão, têm convivido com o medo imposto pelo tráfico. "Os traficantes têm se preparado colocando pneus com explosivos em várias ruas até o alto da favela e têm feito treinamentos diários, vestidos com roupas de policiais", disse uma liderança da favela.
Em Manguinhos, comunidade que recebe obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como a Rocinha e o Alemão traficantes têm mostrado descontentamento com o governo estadual. "Eles dizem que ajudaram o governo a implantar o PAC e agora estão sendo traídos", disse um morador de Manguinhos.
Ameaças
As Forças Armadas também investigam denúncias de soldados de que traficantes estariam intimidando e ameaçando seus familiares, em favelas dominadas pela facção expulsa do Alemão. Segundo o comandante do Exército, general Enzo Peri, a inteligência está checando "informes". Ele não quis adiantar quais providências seriam tomadas no caso de serem confirmadas as ameaças: "Primeiro vamos verificar se as ameaças realmente surgiram e se há disposição de executar, mas não deixaremos nenhum dos homens sem proteção", disse.