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Exoneração de Bebianno é publicada no DOU, que formaliza general no cargo

Após crise envolvendo filho de Bolsonaro, governo anunciou a saída do secretário-geral da Presidência, que será substituído pelo general Floriano Peixoto

Bebianno: Secretário-geral é o primeiro ministro a cair no governo Bolsonaro (José Cruz/Agência Brasil)

Bebianno: Secretário-geral é o primeiro ministro a cair no governo Bolsonaro (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 06h53.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 10h17.

Brasília - Depois do embaraço em que se envolveu por longos seis dias, o governo finalmente publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 19, a exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O documento desta data também formaliza o nome do general Floriano Peixoto como o novo titular do ministério.

Com a nomeação, Peixoto, que era secretário executivo da pasta, torna-se o oitavo ministro militar de Jair Bolsonaro, e a Casa Civil passa a ser a única pasta palaciana sob o comando de um titular civil.

O anúncio da exoneração de Bebianno, com a entrada de Peixoto no seu lugar, foi feito na segunda-feira pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

A saída oficial de Bebianno do governo já era tida como certa para a segunda-feira, mas só ocorreu no fim da tarde, depois de um dia todo de espera, e não logo cedo, na edição regular do Diário Oficial, como era esperado.

O desfecho da crise Bebianno, deflagrada na última quarta-feira, veio após um fim de semana tenso, marcado por reuniões no Palácio da Alvorada e o isolamento de agora ex-ministro em um hotel de Brasília. Ele sai do governo sob acusações de supostas irregularidades em campanhas eleitorais do PSL, mesmo partido do presidente.

Coordenador da campanha de Bolsonaro, Bebianno presidiu a legenda durante as eleições e era o responsável legal por repasses volumosos para candidaturas pouco competitivas em Pernambuco, que ficaram conhecidas como candidaturas de laranjas. O presidente Bolsonaro pediu investigação do caso.

A crise no governo cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reafirmada pelo próprio Bolsonaro, que ficou ainda mais irritado e decidido a demiti-lo ao saber que o então chefe da Secretaria-Geral teria mostrado a amigos arquivos de áudio com a voz do presidente ordenando que Bebianno suspendesse uma viagem ao Pará, além de outras conversas.

Bebianno sai da equipe de Bolsonaro magoado e abatido. No domingo, ele almoçou em um restaurante de gastronomia portuguesa em Brasília, na companhia da família e do suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o empresário Paulo Marinho.

Na saída, Bebianno falou ao jornal O Estado de S. Paulo que precisava "ficar quieto, acalmar a cabeça". "O tempo é o senhor da razão. Vou falar depois. Por ora, vou ficar quieto, acalmar minha cabeça. Quem sofre uma injustiça dessas não fica com a cabeça boa. Antes dos meus interesses, pode parecer clichê, mas não é, estavam os interesses do País. Trabalhei, fiz o que fiz por garra, não foi por emprego ou para ganhar dinheiro", afirmou. "Vou falar depois que sair. Na hora certinha, eu falo. Estou equalizando a minha cabeça", completou o ex-ministro.

Na segunda-feira, depois do anúncio da demissão, Bolsonaro gradou vídeo para as redes sociais para tentar amenizar o mal-estar e agradecer a "dedicação" e o "comprometimento" do ex-ministro. No material, o presidente diz que houve divergências sobre "questões relevantes" que levaram a "uma reavaliação" sobre a permanência do auxiliar.

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