Brasil

EXCLUSIVO: Com auxílio de R$ 600, aprovação de Bolsonaro chega a 37%

Ajuda emergencial na crise impulsionou popularidade do presidente, mas também crescem as avaliações negativas, segundo revela uma pesquisa do Ideia Big Data

Auxílio na pandemia: com a ajuda, Bolsonaro conseguiu recuperar a popularidade perdida com a saída de Sergio Moro do governo em abril (Bruna Prado / Correspondente/Getty Images)

Auxílio na pandemia: com a ajuda, Bolsonaro conseguiu recuperar a popularidade perdida com a saída de Sergio Moro do governo em abril (Bruna Prado / Correspondente/Getty Images)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 17 de agosto de 2020 às 11h16.

Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 16h03.

O presidente Jair Bolsonaro segue com tendência positiva de avaliação da sua gestão. Depois da aprovação recorde no Datafolha, uma pesquisa exclusiva do Ideia Big Data revela que 37% dos entrevistados aprovam a maneira como Bolsonaro está lidando com seu trabalho como presidente.

Essa é a primeira vez desde fevereiro de 2019, quando o presidente teve 45% de aprovação, que sua avaliação chega a um patamar tão elevado. Desde agosto do ano passado, a perspectiva positiva não saía da casa dos 30%.

Para Maurício Moura, fundador do Ideia Big Data, esse cenário favorável a Bolsonaro foi impulsionado principalmente por causa da distribuição do auxílio emergencial de R$ 600 (em alguns casos de R$ 1.200) para minimizar os impactos da crise do novo coronavírus.

Os números mostram que ele vem ganhando simpatia nas classes D e E, em que 37,4% aprovam o trabalho do presidente, ante 39,3% que desaprovam e 21% que nem aprovam nem desaprovam.

No mesmo período do ano passado, a parcela da população que ganha até dois salários mínimos e avaliava positivamente Bolsonaro não passava de 22%, ante 35% que o rejeitavam e 40% que o consideravam regular.

"Com a ajuda financeira na crise quase três vezes mais do que se ganhava com o Bolsa Família, Bolsonaro conseguiu recuperar a popularidade perdida com a saída de Sergio Moro do governo em abril", diz Maurício Moura.

Quando Moro deixou o governo, acusando o presidente de tentativas de interferências políticas na Polícia Federal para beneficiar seus filhos, a aprovação de Bolsonaro chegou ao menor patamar da história, com 26% de aliados.

Apesar dos bons ventos para o governo, há um fator essencial nesse cenário: uma pesquisa do Ideia Big Data de maio descobriu que, nas regiões Norte e Nordeste, oito entre cada dez brasileiros acreditam que o auxílio emergencial de R$ 600 é para sempre.

"Bolsonaro e sua equipe sabem que esse reflexo positivo tem relação direta com a ajuda financeira para a população. Mas o governo não tem dinheiro para manter esse auxílio para sempre", avalia Moura. 

A pesquisa foi realizada por telefone, entre os dias 10 e 13 de agosto, com 1.200 pessoas. A amostra foi equilibrada para garantir representatividade de faixa etária, gênero, escolaridade, classe social e regiões do país. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.

Oposição

Mesmo com a tendência positiva de avaliação, Bolsonaro enfrenta cada vez mais resistência em relação a sua gestão.

Na pesquisa realizada pelo Ideia Big Data neste mês, a parcela de brasileiros que "desaprova" ou "desaprova totalmente" a condução do presidente chegou a 42,8%. Em abril, esse índice estava em 37%, ou seja, houve um crescimento para além da margem de erro.

A chave da questão está nos brasileiros que nem aprovam, nem desaprovam a gestão bolsonarista: entre abril e agosto, houve uma queda de onze pontos percentuais nessa métrica, que caiu de 29% dos entrevistados para 18,2%.

Nesse caso, o levantamento atual mostra que há um crescimento da polarização política em torno do presidente, em que cada vez mais brasileiros aprovam, mas também desaprovam sua postura.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio emergencialCoronavírusJair BolsonaroPesquisas eleitorais

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi