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Excesso de importações explica queda da confiança, diz Fiesp

Paulo Francini diz que a indústria brasileira está sob uma “severa constelação do mal”

Francini: "Confiança do empresário e atividade industrial andam de mãos dadas" (Divulgação/Fiesp)

Francini: "Confiança do empresário e atividade industrial andam de mãos dadas" (Divulgação/Fiesp)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 17h25.

São Paulo - A queda da confiança dos empresários da indústria paulista para o menor patamar do ano pode ser explicada pelo crescimento acelerado das importações. O indicador referente ao mês de novembro foi divulgado com exclusividade por EXAME.com.

A análise é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, que participou nesta terça-feira (7) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Isso (volume elevado de importações) explica a grandíssima parte do esfriamento da confiança. As importações são amplas, variadas e irrestritas, ou seja, ocorrem em todos os níveis e envolvem o produto acabado e os componentes de alta, média e baixa intensidade tecnológica. Se você olhar as últimas décadas, você não vai encontrar nenhum período com crescimento tão vertiginoso de importações. Estamos sob uma constelação perversa de várias estrelas: taxa de câmbio, concorrência internacional, guerra cambial e taxa de juros. Enfim, a produção doméstica está debaixo dessa severa constelação do mal”, diz o diretor da Fiesp.

Paulo Francini lembra que “a confiança do empresário e atividade industrial andam de mãos dadas. A tendência natural das pessoas é considerar o futuro como sendo uma certa expansão do seu presente. Então, se uma empresa está com a casa cheia em termos de pedidos, ela enxerga positivamente o futuro, o que não é a atual situação.”

Na entrevista (para ouvi-la, clique na imagem ao lado), o diretor da Fiesp avalia as recentes medidas do Banco Central para restringir o crédito e projeta o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina nesta quarta-feira (8).

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