Presidente Jair Bolsonaro: os mais altos níveis de aprovação do governo federal estão concentrados entre os evangélicos e nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul (Adriano Machado/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de novembro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 10h58.
A aprovação do presidente Jair Bolsonaro está em 41%, o mais alto patamar desde fevereiro de 2019. No último levantamento, feito no início de novembro, a avaliação estava em 38%, e oscilou positivamente no limite da margem de erro da pesquisa que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A desaprovação diminuiu, passando de 34% para 31%. Aqueles que nem aprovam nem desaprovam somam 27%.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 16 e 19 de novembro.
Na série histórica, a aprovação só ficou acima de 40% em fevereiro de 2019, quando 45% dos brasileiros aprovavam a maneira como o presidente governa. Esse percentual foi caindo até chegar em 20% no mês de maio deste ano, coincidindo com o agravamento no número de casos e de mortes por covid-19 no país.
A alta mais significativa foi percebida entre julho e agosto, quando os brasileiros que aprovavam o governo de Jair Bolsonaro saltaram de 27% para 37%, respectivamente. O período corresponde com a liberação de grande parte do auxílio emergencial.
“Os mais altos níveis de aprovação do governo federal são muito concentrados no segmento de evangélicos (50%), e nas regiões Norte (52%), Centro-Oeste (52%) e Sul (54%). A avaliação positiva é sempre maior neste grupos”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Estratificando a pesquisa por idade, quanto mais velha é faixa etária, maior é a aprovação do governo Bolsonaro. Entre aqueles com 50 anos ou mais, o índice chega a 49%. A proporção é similar no item escolaridade, sendo maior na parcela da população que estudou mais. A aprovação chega a 42% entre aqueles com ensino superior.
Por classe econômica, a desaprovação é maior entre os mais pobres. Nas famílias com ganhos de até 1 salário mínimo, 39% desaprovam o governo Bolsonaro. Já entre os que ganham mais de cinco salários, 32% não aprovam a atual administração.
A pesquisa também perguntou como os brasileiros avaliam o governo do presidente até o momento. Os dados são idênticos ao da aprovação, com 41% considerando ótimo/bom, e 31% ruim/péssimo.
Outro item questionado pela pesquisa EXAME/IDEIA foi sobre uma possível segunda onda de covid-19 no Brasil. Do total de entrevistados, 52% consideram que provavelmente o país voltará a ter uma alta no número de casos e de óbitos causados pelo coronavírus. Já entre os que desaprovam o governo 42% tem certeza que o país será atingido pela segunda onda de contaminação.
Nesta quinta-feira, 19, a Secretaria da Saúde de São Paulo decidiu publicar um decreto suspendendo o agendamento de novas cirurgias eletivas em hospitais públicos e privados do estado.