Presidente Jair Bolsonaro: maior aprovação entre os de maior renda e os evangélicos (Alan Santos/PR/Flickr)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 14h44.
O governo do presidente Jair Bolsonaro é aprovado por 35% dos brasileiros. O número é o mesmo registrado no começo de dezembro. A desaprovação caiu de 38% para 37%, oscilando dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Aqueles que nem aprovam e nem desaprovam somam 26%.
Na série histórica, a avaliação positiva de Bolsonaro é uma das mais altas desde que o presidente assumiu o cargo, em janeiro de 2019, quando estava em 49%. Depois ela foi caindo e chegou ao pior patamar, em maio deste ano, com 20%. Mas logo em seguida vieram os estímulos à economia em plena pandemia, com o auxílio emergencial, e voltou a subir e ficar acima dos 35%.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une EXAME Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 14 e 17 de dezembro. Clique para acessar o relatório completo.
Assim como nas últimas pesquisas, a base de apoiadores do presidente está entre os mais ricos e os mais escolarizados. Nas classes A/B a aprovação chega a 41%. Entre aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos, Bolsonaro é apoiado por 49%, a mesma parcela da última pesquisa. 40% das pessoas com ensino superior aprovam a gestão. Ele também é bem avaliado entre os evangélicos, com 37%.
“A desaprovação do presidente se concentra nas rendas mais baixas [41% para quem ganha até 1 salário mínimo] e na região Sudeste [41%], onde reside a maior parte da população brasileira”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Olhando para todas as regiões, houve uma variação significativa em redutos que antes o presidente tinha uma situação mais confortável. No Norte, a aprovação caiu de 62% para 41%, e no Centro-Oeste passou de 47% para 41%. O Nordeste teve uma oscilação para cima, saindo de 34% para 37%. No Sudeste, apesar da desaprovação ser maior, a aprovação subiu de 29% para 32%.
A pesquisa EXAME/IDEIA ainda questionou os brasileiros sobre em qual escala o governo é avaliado. Do total de entrevistados, 36% consideram a administração de Bolsonaro ótima/boa, 27% regular, e 35% ruim/péssima.
Um dos grandes motivadores do aumento na aprovação do presidente Jair Bolsonaro, o auxílio emergencial termina em 2020. E o ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que o benefício não será concedido em 2021.
Na sondagem EXAME/IDEIA, os brasileiros foram questionados sobre se esta decisão de Guedes será mantida pelo governo. Para 62% dos entrevistados, o Ministério da Economia deve mesmo fazer o último pagamento até o fim de dezembro deste ano.
"Vale destacar que a população de mais baixa escolaridade e renda é a que mais tem expectativa na continuidade do auxílio (23%). E são os mais impactados economicamente. Esse dado mostra um potencial de impacto negativo na avaliação do presidente entre o segmento de renda mais baixa da população brasileira", afirma Moura.