Uso de máscara é obrigatório nas ruas brasileiras. (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 8 de novembro de 2020 às 09h11.
Para 43% dos brasileiros, a situação da pandemia de covid-19 no país está grave, mas sob controle. Entre os mais otimistas, há 18% que acreditam que o pior já passou e a tendência é melhorar. Já 36% acham que a situação deve piorar ainda mais em breve.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento foi feito por telefone com 1.200 pessoas entre os dias 2 e 5 de novembro.
A grande preocupação, tanto da população quanto das autoridades de saúde, é de uma possível segunda onda de casos e de mortes, como a que levou os maiores países da Europa a voltarem com a medida extrema de lockdown.
O Brasil é o terceiro país mais afetado pela doença no mundo, em número de casos, com mais de 5,6 milhões. Em primeiro lugar está os Estados Unidos (9,7 milhões) e logo depois a Índia (8,4 milhões), segundo dados da universidade Johns Hopkins.
Na última quinta-feira, 5, o secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que apesar de estar controlada, uma segunda onda não é descartada no estado. Ele ainda alertou para o aumento de infecções pelo coronavírus em encontros sociais, como reuniões familiares.
“A quarentena continua, precisamos estar atentos aos rituais da pandemia. Cumprimentos, como abraços e apertos de mão, continuam proibidos. E não é o que temos visto. As pessoas estão se aproximando e com elas o próprio vírus. O normal só vai acontecer após a vacina”, disse o secretário em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Gorinchteyn disse que os dados da evolução da infecção são acompanhados de perto pela equipe de saúde e que se houver necessidade, medidas mais restritivas podem ser adotadas. Alertou ainda que mesmo em reuniões familiares, o uso de máscara e de álcool em gel é obrigatório.
E essa preocupação com uma segunda onda é maior na parcela da população entre 30 e 39 anos (42%). Analisando pela escolaridade, quanto mais alta, maior é a cautela. Entre aqueles com ensino superior, 43% acham que a situação ainda deve piorar. Esse valor cai para 25% na população sem instrução.
A sensação de que o pior ainda virá é maior nas regiões Norte (50%) e Nordeste (40%). No Sudeste, 48% avaliam a situação como grave, mas controlada.
O EXAME/IDEIA também ouviu os eleitores sobre a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro. A aprovação está em 38%, uma das mais altas desde fevereiro de 2019, antes da pandemia do coronavírus. Em relação à última pesquisa, feita há duas semanas, a avaliação caiu 1%, mas oscilou dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Sendo assim, é considerada estável. A desaprovação caiu de 39% para 34%. Aqueles que nem aprovam e nem desaprovam saíram de 21% e agora somam 28%.