Brasil

Ex-vice presidente da Caixa é demitido por justa causa por assédio sexual

A pena de demissão é a maior dentro do setor público na esfera administrativa

Caixa Econômica: demissão de dirigente por assédio moral e sexual após apuração da CGU (Caixa/Divulgação)

Caixa Econômica: demissão de dirigente por assédio moral e sexual após apuração da CGU (Caixa/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 16h58.

Tudo sobreCaixa
Saiba mais

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Antônio Carlos Ferreira de Sousa, foi demitido por justa causa, conforme divulgado no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 22. A decisão, tomada pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), veio após investigações comprovarem assédio moral e sexual.

Os atos ocorreram durante a gestão do ex-presidente Pedro Guimarães, indicado ao comando do banco no início do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019. Sousa ocupou as Vice-Presidências de Estratégia e Pessoas, além de Logística e Operações. Procurado, ele ainda não se manifestou sobre a demissão.

As acusações foram registradas por meio do canal Contato Seguro do banco. Segundo a nota da CGU, as denúncias envolviam perseguições a empregados, destituições de funções sem justificativa e reiterados casos de assédio sexual. A demissão por justa causa é a punição mais severa no setor público na esfera administrativa.

Detalhes das acusações e da investigação

De acordo com a CGU, o assédio moral incluiu humilhações constantes, ameaças e constrangimentos aos trabalhadores. Já o assédio sexual envolvia elogios inadequados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, gerando desconforto e intimidação às vítimas.
Em nota, a Caixa destacou que não tolera qualquer tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. Após as denúncias, o banco afirmou que iniciou apurações por meio de sua Corregedoria e informou que Sousa estava afastado do cargo desde julho de 2022.

"A Caixa aprimora constantemente sua governança para investigar denúncias, proteger denunciantes e colaboradores, bem como a própria instituição", declarou o banco.

Repercussão e desdobramentos legais

Além da CGU, o caso foi investigado pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério Público Federal na esfera criminal. As apurações resultaram em ações judiciais contra o banco e seus ex-dirigentes, evidenciando a gravidade dos fatos.
Sousa, funcionário de carreira que ingressou no banco por concurso, será desligado mesmo com o vínculo público. A demissão de Pedro Guimarães e outros auxiliares também marcou o desfecho de um escândalo que impactou a gestão da Caixa.

Acompanhe tudo sobre:CaixaAssédio sexual

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto