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Ex-secretário de Saúde do RJ é preso pela 2ª vez em nova fase da Lava Jato

Sergio Côrtes foi preso pela primeira vez em abril do ano passado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção liderado por Cabral

Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sergio Côrtes (Vagner Rosário/VEJA)

Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sergio Côrtes (Vagner Rosário/VEJA)

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Reuters

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 09h40.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sergio Côrtes em uma nova etapa da investigação sobre um amplo esquema de corrupção na administração da saúde pública do Estado, com estimativa de desvio de 74 milhões de reais apenas no esquema investigado nesta fase.

Côrtes foi preso pela primeira vez em abril do ano passado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, mas havia deixado a prisão em abril deste ano para responder ao processo em liberdade, favorecido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

De acordo com o Ministério Público Federal, Côrtes participou de um esquema ao lado de empresários para fraudar contratos para a administração de vários hospitais do Estado do Rio de Janeiro a partir de 2013. A defesa do ex-secretário não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

"Essa nova fase das investigações comprova que os empresários controlavam a destinação dada aos recursos públicos repassados às organizações sociais que administravam hospitais estaduais, desviando tais verbas em benefício próprio e de terceiros, contando com a atuação de gestores da organização social e de diversos funcionários públicos da Secretaria de Saúde para que a empreitada criminosa fosse concretizada", disseram os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro em nota.

Segundo o MPF, foi possível estimar apenas nesta fase da investigação que os contratos fraudados permitiram o desvio de cerca de 74 milhões de reais dos cofres públicos.

Além de Côrtes, outras 20 pessoas tiveram prisão decretada pela Justiça Federal no âmbito da nova investigação, e também foi determinada a indisponibilidade de bens e valores dos

investigados e empresas no montante de até 149 milhões de reais para garantia do ressarcimento dos danos provocados pelo esquema criminoso.

A investigação sobre fraudes na saúde pública do Rio de Janeiro também atingiu grandes empresas multinacionais acusadas de integrarem organização criminosa e fraudar licitações, como a General Electric.

No início deste mês, o MPF apresentou denúncia contra o presidente-executivo da GE para a América Latina, Daurio Speranzini Jr., ao lado de outras 23 pessoas, por envolvimento no esquema.

As fraudes na área de saúde, segundo os procuradores, faziam parte de um amplo esquema de corrupção comandando pelo ex-governador Sérgio Cabral, que desviou no total mais de 100 milhões de dólares dos cofres públicos do Estado durante seu governo, de acordo com os procuradores.

O ex-governador, que está preso desde novembro de 2016, já foi condenado em diversas ações.

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