Sérgio Côrtes: segundo a Polícia Federal, Côrtes é acusado de receber 2% do valor dos contratos celebrados entre a secretaria estadual e a empresa de materiais médicos Oscar Iskin (Felipe Varanda/EXAME.com/Site Exame)
Agência Brasil
Publicado em 11 de abril de 2017 às 17h01.
O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes foi desligado hoje (11) da Rede Copa D'or, de hospitais privados, após ser preso pela Polícia Federal, acusado de fraudes em licitações para fornecimento de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e para a Secretaria Estadual de Saúde.
A operação de hoje, chamada Fatura Exposta, é um desdobramento das operações Calicute, que resultou na prisão de Cabral no ano passado, e Eficiência, que resultou na prisão do empresário Eike Batista neste ano.
A assessoria da Rede Copa D'or informou que "diante dos fatos ocorridos, na data de hoje, foi decidido o desligamento imediato do Dr. Sérgio Côrtes".
Desde junho de 2014, Côrtes integrava a diretoria da empresa, na área médico-assistencial. Os fatos e eventos citados em investigação dizem respeito ao período anterior a sua contratação.
Segundo a Polícia Federal, Côrtes é acusado de receber 2% do valor dos contratos celebrados entre a secretaria estadual e a empresa de materiais médicos Oscar Iskin.
De acordo com o Ministério Público Federal, Côrtes e o sócio-controlador da empresa, Miguel Iskin, são acusados de dividir 40% do valor dos contratos e depositá-los em conta aberta no Bank of America, nos Estados Unidos.
O esquema também teria funcionado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), do qual Côrtes foi diretor de 2002 a 2006.
O Into informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está à disposição para esclarecimentos que forem solicitados pela investigação e que tomará as medidas cabíveis, quando tiver acesso ao processo.
Ainda segundo o Into, todos os contratos do hospital são precedidos de licitação, conforme a legislação pertinente.
A defesa do ex-governador Sérgio Cabral informou que não irá se pronunciar sobre o caso.