Ex-presidentes: políticos foram presos ou alvos de investigações (Adriano Machado/Reuters - Wilson Dias/Ag.Br - Rodolfo Buhrer/Ag.Br/Exame)
EFE
Publicado em 21 de março de 2019 às 16h20.
Operação que revelou o maior escândalo de corrupção da história do Brasil e que prendeu políticos e empresários de vários partidos, a Lava Jato colocou nesta quinta-feira o ex-presidente Michel Temer atrás das grades.
Responsável por revelar uma gigantesca rede de corrupção envolvendo a Petrobras, a operação também foi responsável pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E as denúncias atingiram outros ocupantes do Palácio do Planalto, como Fernando Collor, José Sarney e Dilma Rousseff.
Conheça a situação dos ex-presidentes que foram citados no maior escândalo de corrupção da história brasileira:
- Michel Temer (78 anos): Foi preso após uma investigação para investigar supostas irregularidades em contratos assinados por empresas já condenadas pela Lata Jato e a Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas nucleares do país.
Segundo a denúncia, as empresas que venceram as licitações da Eletronuclear pagaram propinas para favorecer as lideranças do MDB, entre eles Temer. O partido controlou por muitos anos todas as estatais do setor elétrico do país.
Os contratos suspeitos foram assinados em 2016, após o impeachment de Dilma, quando Temer já tinha assumido o poder.
- Dilma Rousseff (71 anos): Sucessora e afilhada política de Lula, Dilma governou o país entre 2011 e 2016, quando sofreu impeachment por irregularidades nas contas do governo. Dilma é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro por ter se beneficiado, junto com outros integrantes da cúpula do PT, de até R$ 1,4 bilhão em propinas em troca de contratos com empresas envolvidas na Lava Jato.
- Luiz Inácio Lula da Silva (73 anos): Ex-presidente por dois mandatos, Lula está preso desde abril de 2018 para cumprir uma condenação de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula foi condenado em segunda instância pelo caso do tríplex do Guarujá (SP), apartamento que ele teria recebido da construtora OAS como forma de propina para que a construtora fosse beneficiada em contratos com a Petrobras.
O petista também foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão, em primeira instância, por ter se beneficiado das obras de R$ 1 milhão feitas por três empreiteiras em um sítio em Atibaia (SP) para favorecer o ex-presidente e sua família. Embora o local pertença ao empresário Fernando Bittar, a acusação alega que era usufruído por Lula.
- Fernando Collor (69 anos): Presidente do Brasil entre 1990 e 1992, quando renunciou antes da conclusão de um processo de impeachment, é atualmente senador pelo PTC. Collor é acusado por receber R$ 30 milhões em propinas para beneficiar empresas em uma subsidiária da Petrobras.
- José Sarney (88 anos): Presidente do país de 1985 a 1990, Sarney foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República na operação Lava Jato, acusado de receber propina de contratos superfaturados da Petrobras e de subsidiárias da estatal, como a Transpetro, mas até agora não foi julgado.