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Ex-presidente da Andrade negou irregularidades no Gamecorp

O empresário Otávio Azevedo negou irregularidades no investimento inicial de R$ 5,2 milhões na Gamecorp, em 2005


	Andrade Gutierrez: Gamecorp tem como controladores Lulinha e o empresário Jonas Suassuna
 (Divulgação)

Andrade Gutierrez: Gamecorp tem como controladores Lulinha e o empresário Jonas Suassuna (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 22h07.

São Paulo - O empresário Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, disse em depoimento de delação premiada que a OI, antiga Telemar, fez aportes numa empresa de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma decisão de estratégia de negócios.

Conforme investigadores, ele negou irregularidades no investimento inicial de R$ 5,2 milhões na Gamecorp, em 2005. A entrada como acionista na empresa teria sido feito para evitar que o banco BTG Pactual fizesse o aporte.

A Gamecorp tem como controladores Lulinha e o empresário Jonas Suassuna, dono de um sítio em Atibaia reformado por empreiteiras investigadas na Lava Jato para agradar Lula. O negócio foi polêmico porque três anos após a OI comprar 30% da Gamecorp, Lula alterou a Lei Geral de Telecomunicações, permitindo que a operadora de telefonia comprasse a concorrente Brasil Telecom, o que beneficiou a operadora.

A Andrade Gutierrez foi uma das controladoras da Oi, antiga Telemar, desde a privatização do sistema Telebrás, em 1998, até setembro de 2015 - permanecendo como acionista da operadora. Azevedo era o responsável pelo setor de telecomunicações do grupo.

Os procuradores da República incluíram a negativa de Azevedo no acordo, por considerar que pode haver pagamento irregular feito pelo braço da Andrade Gutierrez à Gamecorp. Se novos fatos levarem a descobertas de propina nesse caso, o empreiteiro corre o risco de perder os benefícios de redução de pena da delação.

Oi

A Polícia Federal chegou a pedir em outubro de 2015 a prisão temporária e as quebras dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de José Zunga Alves de Lima, ex-sindicalista ligado ao PT e atual funcionário da empresa de telefonia OI. A empresa instalou uma antena de celular ao lado do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que para os investigadores seria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, mesmo ano em que o sítio em Atibaia foi reformado de maneira suspeita por empreiteiras do cartel que atuava na Petrobrás, a OI instalou a menos de 150 metros da propriedade uma antena tratada por moradores como a "a torre do Lula".

O nome de Zunga caiu no radar da Lava Jato no final de 2015, após análise do material apreendido com os ex-presidentes da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo.

"Otávio Marques conversa com a pessoa de "Zunga", identificado como sendo José Zunga Alves de Lima, sindicalista e funcionário da OI, o qual parece ser um contato com trânsito no alto escalão do Governo Federal", informa representação da PF em que foi pedida a prisão do amigo de Lula. O juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância, negou na ocasião a prisão.

No relatório de 8 de outubro de 2015, o juiz Sérgio Moro foi informado pela PF que Zunga "teria sido indicado para compor o conselho da Anatel como ‘representante da sociedade civil’ pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano de 2008, em que pese o impedimento decorrente da sua atuação junto a empresa do ramo de telecomunicações, tanto por participar da OI Telecom como pela assessoria prestada a Gamecorp, empresa do filho do ex-presidente". "Apurada a irregularidade, Zunga fora afastado da função em novembro de 2010."

Zunga vem da Brasil Telecom (BrT), fundida em 2008 com a OI. Zunga fez carreira no sindicalismo no setor de telefonia, foi dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Distrito Federal.

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