O funcionário da Delta Construções, André Teixeira Jorge: há suspeita de que ele tenha sido usado como "laranja" pela organização chefiada por Cachoeira e pela empreiteira (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 12h19.
Brasília - Protegido por um habeas corpus, o ex-funcionário da Delta Construções André Teixeira Jorge optou por ficar em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Com isso, seguindo procedimento adotado pela comissão, ele foi dispensado pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
André Teixeira era motorista do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu, apontado como elo da organização chefiada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e a empreiteira. Investigações da Polícia Federal mostram que a evolução patrimonial de Teixeira e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele tenha sido usado como “laranja” pelo grupo.
De acordo com o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o ex-motorista movimentou cerca de R$ 800 mil antes e depois das eleições de 2010. A Delta Construções, empresa na qual trabalhava, é acusada de uma série de irregularidades, inclusive o envolvimento com o esquema de corrupção atribuído ao contraventor Carlinhos Cachoeira.
O depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), marcado para hoje (4), foi adiado, ainda sem data definida. O parlamentar encaminhou ofício à CPMI informando que não poderia comparecer à reunião. Ele alegou “importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos” para não comparecer, mas se colocou à disposição da comissão a partir do dia 18 de setembro.
Segundo investigações da PF, o parlamentar goiano recebeu dinheiro de Cachoeira e alertou o contraventor sobre operações policiais contra o grupo.