Brasil

Ex-ministros vão pedir suspensão de projetos que incentivam desmatamento

Intenção de ex-líderes da pasta do Meio Ambiente é que o Congresso pare a tramitação das propostas e analise com mais tempo os projetos e seus impactos

Desmatamento: ex-ministros querem reduzir projetos com impactos ambientais negativos (Felipe Werneck/Ibama/Divulgação)

Desmatamento: ex-ministros querem reduzir projetos com impactos ambientais negativos (Felipe Werneck/Ibama/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 21h04.

Brasília — Oito ex-ministros do Meio Ambiente irão entregar aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), uma carta pedindo uma moratória a projetos que tramitam hoje no Congresso e que podem aumentar os riscos de desmatamento no país.

Segundo a ex-ministra Izabella Teixeira, uma das signatárias do documento que está sendo preparado, a intenção é que o Congresso pare a tramitação das propostas e analise com mais tempo os projetos e seus impactos.

Fazem parte do grupo, além de Izabella, os ex-ministros Carlos Minc, José Goldemberg, Rubens Ricupero, José Carlos Carvalho, Marina Silva, José Sarney Filho e Edson Duarte, que atuaram nos últimos seis governos, desde Fernando Collor de Mello.

Entre os projetos que os ex-ministros querem ver suspensos estão propostas que afrouxam as normas para licenciamento ambiental.

O que traz maior impacto, patrocinado pela bancada ruralista, tramita desde 2004, ganhou regime de urgência no início do ano passado e está pronto para ir a plenário.

Entre outros pontos, dá a Estados e municípios poder para definir as regras para licenciamento --hoje todos precisam seguir pelo menos as definidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente-- e estabelece um prazo máximo para concessão de licença.

Além disso, retira a necessidade de licenciamento para atividades como pecuária extensiva, silvicultura, agroindústria de menor porte e empreendimentos rodoviários.

Outros projetos citados pelos ministros são os que alteram a criação de reservas ambientais e indígenas e propostas que o governo pretende apresentar, como o de regularizar o garimpo em terras indígenas.

Essa é a segunda ação dos ex-ministros. Em maio deste ano, os oito se uniram para preparar uma primeira carta que, à época, criticava o que chamavam de ações de desmonte da estrutura do ministério.

Acompanhe tudo sobre:CongressoDesmatamentoMeio ambienteMinistério do Meio Ambiente

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático