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Ex-líder do PSC é suspeito de usar verba pública para pagar prostitutas

Vitor Jorge Abdala Nósseis admite em gravação ter usado Fundo Partidário para manter relações sexuais com mulheres

Fundo Partidário: gravação em que ex-dirigente fala sobre o destino do dinheiro foi anexada pelo próprio PSC na prestação de contas de 2017 entregue ao TSE (JuFagundes/Thinkstock)

Fundo Partidário: gravação em que ex-dirigente fala sobre o destino do dinheiro foi anexada pelo próprio PSC na prestação de contas de 2017 entregue ao TSE (JuFagundes/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 20h29.

Última atualização em 25 de junho de 2018 às 12h14.

Brasília - O ex-presidente nacional do Partido Social Cristão Vitor Jorge Abdala Nósseis é suspeito de usar dinheiro da fundação ligada ao partido para pagar prostitutas.

Uma gravação em que o ex-dirigente admite ter usado verbas públicas recebidas via Fundo Partidário para manter relações sexuais com mulheres foi anexada pelo próprio PSC na prestação de contas de 2017 entregue ao Tribunal Superior Eleitoral.

No áudio, Nósseis relata: "Eu tô vendo uma fofoca ... Diz que eu dei dinheiro, né? Eu dei dinheiro da fundação pra comer as puta (sic)... Conversa dela. Falei 'dei mesmo e comi'. Qual o problema? E agora? Vai fazer o que comigo? Dei, mas elas se formaram. Recuperei elas todas pra vida. Ce vê (sic), a Samantha é uma mesmo. A Keila é outra. Tem umas três na Europa. Já viraram, tudo virou gente. -Formaram, tem mais de vinte".

Nósseis era vice-presidente da Fundação Instituto Pedro Aleixo. Também foi presidente de honra do PSC nacional, mas terminou expulso do partido. Ele não cita valores na gravação.

O caso foi noticiado pelo jornal O Globo. O Estado teve acesso ao conteúdo da gravação, tornado público pela Justiça Eleitoral. Provocado pela atual direção do PSC, o Ministério Público de Minas Gerais abriu um procedimento preparatório para investigar o caso, conforme cópia encaminhada pelo PSC à Justiça Eleitoral.

Num despacho de maio do ano passado, o promotor Marcelo Oliveira Costa informa ter ouvido Nósseis. O dirigente disse não se lembrar da conversa gravada e argumentou que a prova é ilícita. "Não se pode levar em consideração uma conversa informal, descontraída, com 'animus' de instigar os malfeitores", ponderou Nósseis.

O promotor também pediu que o Instituto Pedro Aleixo, ligado ao partido até 2017, informe se houve repasse de dinheiro a alguma das mulheres citadas no áudio.

Nósseis perdeu o controle do PSC em convenção para o pastor Everaldo Pereira, candidato à Presidência da República em 2014. Desde então, eles disputam em instâncias partidárias e judiciais o comando da legenda. O advogado e delegado do PSC, Alessandro Martello Panno, representou contra Nósseis no Ministério Público mineiro e também encaminhou a documentação ao TSE.

O ex-dirigente tenta agora afastar a atual direção do partido, pede o bloqueio das contas com recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral de 2018, alegando suposta malversação de recursos por Everaldo e seus aliados.

A reportagem não conseguiu contato com Nósseis até o momento. Procurado, o pastor Everaldo disse que não gostaria de comentar e que o partido irá se manifestar por meio de nota.

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