Paulo Roberto da Costa durante depoimento no Senado (Geraldo Magela/Agência Senado)
Talita Abrantes
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 18h27.
São Paulo – Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, pode sair da cadeia até a próxima segunda-feira, segundo informações do site do jornal Folha de S. Paulo.
A partir de então, ele pode seguir para o Rio de Janeiro e ficará em regime de prisão domiciliar. De acordo com a reportagem, a tornezeleira já teria sido cedida à Polícia Federal. Ele cumpre prisão preventiva no Paraná desde março.
Costa é acusado de envolvimento em esquema de propina em troca de contratos na estatal. No final de agosto, o ex-diretor da Petrobras fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal ( manobra que pode reduzir a pena de criminosos caso denunciem comparsas).
Em mais de cem depoimentos, Costa teria listado nomes de políticos envolvidos no esquema de corrupção. Sozinho, segundo reportagem de O Globo, ele teria recebido uma comissão equivalente a 55 milhões de dólares de uma empreiteira estrangeira para facilitar as negociações com a Petrobras.
Funcionário de carreira da estatal, Costa é engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Paraná e, segundo o jornal O Globo, mantém vínculos estreitos com o PP e PMDB.
Entrou na Petrobras em 1977 para trabalhar na área de exploração e produção de petróleo. Chegou ao cargo de diretor da Petrobras Gás (Gaspetro) em 1997. Em 2001, assumiu a Gerência Geral de Logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras. Em 2003, virou diretor-superintendente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil.
Em maio de 2004, assumiu a diretoria de Abastecimento da estatal. O que significa que ele atuava diretamente nas decisões de compra de refinarias, aluguel de plataformas e navios, ou manutenção de gasodutos, como relata a revista Veja de 5 de setembro.
Com a chegada de Maria das Graças Foster à presidência da Petrobras, Costa deixou o cargo.