A ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Pozza, disse hoje (4), em depoimento à Justiça Federal em Curitiba, que o doleiro entregou uma mala de dinheiro à empreiteira OAS em janeiro do ano passado.
Ela prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro como testemunha de acusação na ação penal em que a empreiteira é investigada.
A contadora relatou que, no dia 16 de janeiro de 2014, foi convidada por Youssef para acompanhá-lo no encontro no qual os valores foram entregues, no entanto, no meio do caminho, pediu ao doleiro que a deixasse em uma livraria, para não presenciar o fato.
Meire Pozza também confirmou que o réu Rafael Ângulo, investigado na Lava Jato por entregar propina a mando do doleiro, também levou dinheiro até a sede da OAS, em São Paulo.
Segundo ela, Rafael disse que na OAS era o "único lugar onde ele usava o documento verdadeiro" para se identificar.
O advogado dos executivos da OAS, Roberto Telhada, que esteve presente na sala de depoimentos, ironizou as declarações da contadora.
"Ela não afirmou nada, afirmou que viu o Youssef levando dinheiro para a OAS. Ótimo. Ele não tirou, ele levou. Que crime é esse?", disse
Na ação penal, são investigados José Adelmário Filho, presidente da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional, e José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da empreiteira. Eles estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro do ano passado.
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1. MPF quer ressarcimento de R$ 1 bilhão
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1/7 (Nacho Doce/Reuters)
São Paulo - Depois de 16 meses de investigações, 36 pessoas que estavam na mira da
Operação Lava Jato foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. Este, contudo, seria apenas o começo, de acordo com
Rodrigo Janot, procurador-geral da República e chefe do MPF. Ao todo, 23 pessoas
ligadas às empresas Camargo Corrêa, Engevix,
Galvão Engenharia,
Mendes Júnior, OAS e UTC também foram denunciadas pela Procuradoria. O MPF estima que 286 milhões de reais tenham sido movimentados no esquema e espera um
ressarcimento mínimo de 971,5 milhões de reais.
Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
Veja a lista dos
35 denunciados no esquema de corrupção da Petrobras.
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2. Mendes Junior + GFD
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2/7 (Divulgação)
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3. Camargo Corrêa + UTC
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3/7 (Divulgação)
Veja o posicionamento da Camargo Corrêa e da UTC “A Construtora Camargo Corrêa esclarece que pela primeira vez seus executivos terão a oportunidade de conhecer todos os elementos do referido processo e apresentar sua defesa com a expectativa de um julgamento justo e equilibrado.” "Os advogados da UTC não tiveram acesso à denúncia e só se manifestarão depois de analisá-la."
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4. Engevix
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4/7 (Divulgação/ Engevix)
Veja o posicionamento da Engevix:
"A Engevix, por meio dos seus advogados, prestará os esclarecimentos necessários à justiça."
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5. Galvão Engenharia
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5/7 (Divulgação/ Galvão Engenharia)
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6. OAS
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6/7 (REUTERS/Aly Song)
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7. Veja outras matérias sobre a corrupção na Petrobras
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7/7 (Vanderlei Almeida/AFP)