Os dois presidentes trataram do conflito em uma reunião realizada no fim de semana, durante encontro bilateral à margem da Cúpula das Américas em Cartagena (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2012 às 10h18.
La Paz - A presidente Dilma Rousseff é uma mãe para a Bolívia, afirmou nesta terça-feira o presidente boliviano Evo Morales, ao anunciar que o impasse entre estes países pela anulação de um contrato com a construtora brasileira OAS foi superado.
"Este tema, depois de conversar com a presidente do Brasil (...) está superado", anunciou Morales em coletiva de imprensa no Palácio Quemado, em La Paz.
"Depois de ouvir suas palavras, cheguei à conclusão de que a companheira Dilma é toda uma mãe, tem um profundo sentimento pela Bolívia e, como presidente e política, sabe as consequências que pode trazer empresas que não podem executar suas obras oportunamente", explicou.
Os dois presidentes trataram do conflito em uma reunião realizada no fim de semana, durante encontro bilateral à margem da Cúpula das Américas em Cartagena.
Morales destacou ainda que "houve muitos comentários que seriam rompidas as relações com o Brasil, mas concordamos com a presidente brasileira de que, em relação a empresas que não cumprem com seus compromissos na execução de algumas obras, quem tem que pagar são os presidentes, embora não seja culpa nossa".
Morales anunciou na terça-feira passada o início de trâmites legais para anular o contrato de construção de dois trechos de uma polêmica estrada na Amazônia, a cargo da empresa brasileira OAS, por descumprir os termos acordados.
O governante boliviano comunicou à imprensa no Palácio Quemado a decisão, que atribuiu "outra vez ao descumprimento por parte da OAS" dos trabalhos de construção dos trechos I e III da rota Villa Tunari-San Ignacio de Moxos, no nordeste boliviano.
Morales enumerou casos nos quais a OAS descumpriu anteriormente, como nas estradas Uyuni-Potosí-Uyuni e Potosí-Tarija, ambas no sul do país.
Entre as acusações, está, "por exemplo, a suspensão do trabalho feito pela OAS nos trechos I e III sem justificativa nem autorização, o descumprimento da empresa na mobilização de maquinaria e equipamentos para a construção dos trechos I e III", mencionou.