Nelson Hübner: descontentes em relação ao diretor-geral da Aneel reclamaram do fato de ele não receber nem ouvir demandas de parlamentares (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 15h47.
Brasília - A eventual recondução de Nelson Hubner para um novo mandato como diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve enfrentar resistências no Senado, disseram à Reuters fontes do governo e da base aliada na Casa.
Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, Hubner está no comando da Aneel desde 2009 e terá seu atual mandato encerrado em março. Pela lei, o governo pode indicá-lo para mais quatro anos no cargo. Mas a recondução precisa passar pelo crivo da Comissão de Infraestrutura do Senado e pelo plenário da Casa.
Segundo um importante senador governista, as resistências ao nome de Hubner partem, principalmente, de PMDB e PTB. "O julgamento, porém, é político, e não técnico", disse esse parlamentar, que pediu anonimato.
Esse mesmo senador relata que os descontentes queixam-se que Hubner não tem o hábito de receber parlamentares ou mesmo de ouvir suas demandas. "Político sabe ouvir um 'não', o que não gosta é de não ser recebido", disse o senador.
Um outro senador, que também falou sob condição de anonimato, alertou que a recondução pode configurar uma derrota para a presidente. "Ela vai comprar uma briga com o Senado (se indica-lo) e vai perder", disse esse parlamentar.
Na avaliação de um líder aliado, porém, as resistências "não são intransponíveis".
Uma fonte do governo que acompanha de perto o assunto reconhece que existe alguma resistência ao nome de Hubner no Senado, mas as atribui a "interesses que não foram atendidos".
Essa fonte do governo ressalta, porém, que o grupo que se opõe ao nome do diretor-geral da Aneel é "pequeno" e não seria suficiente para barrar uma eventual tentativa de reconduzi-lo ao cargo.
Não há, porém, ainda definição por parte do governo quanto à possibilidade de apresentar o nome de Hubner para mais um mandato na Aneel.
No ano passado, Dilma amargou uma derrota no Congresso quando o Senado rejeitou a recondução de Bernardo Figueiredo para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Assim como Hubner, Figueiredo faz parte do grupo de técnicos de confiança de Dilma, que têm acesso direto à presidente e que, em muitos casos, acabam tendo tanto poder nos bastidores quanto os ministros das respectivas áreas.
No caso de Figueiredo, a rejeição do Senado não o afastou do setor de transportes, já que Dilma o colocou no comando da recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), responsável pelo planejamento do setor.