Jair Bolsonaro e Donald Trump: presidente brasileiro é um declarado apoiador e admirador do líder norte-americano (Twitter/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 19h38.
O secretário-geral adjunto da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ludger Schuknecht, procurou amenizar as notícias sobre uma possível falta de apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil ao grupo econômico. "Os EUA têm uma posição clara de apoiar o ingresso do Brasil na OCDE. Não tenho informações de uma mudança nessa posição", disse nesta quinta a jornalistas, após participar do Fórum de Investimentos Brasil 2019.
Mais cedo, a agência de notícias Bloomberg revelou uma carta em que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se posicionou a favor da entrada da Argentina e da Romênia no grupo, sem citar, entretanto, o apoio ao Brasil. A falta de citação do País causou surpresa por aqui, uma vez que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia prometido apoiar a adesão brasileira ao bloco, pretendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Questionado sobre se teve conhecimento da carta, Schuknecht se limitou a dizer que a posição dos EUA foi clara e que não houve mudanças nessa postura. O executivo disse ainda que o Brasil é o parceiro-chave mais avançado da OCDE. Ele lembrou que o País já se adequou a vários padrões exigidos pelo grupo econômico e que também já participa de muitos comitês dentro da organização.
Apesar das citações positivas, ele evitou dar um prazo para o ingresso do Brasil na OCDE. "Estamos ansiosos pela adesão do Brasil, mas o processo político precisa ser finalizado", disse, referindo-se ao processo de tomada de decisão por parte dos países membros da OCDE. "O Brasil está no caminho certo para fazer parte do grupo", enfatizou Schuknecht.
Ele comentou ainda que há outros países que já estão formalmente na fila para ingresso, entre eles Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia, além de outros cujo processo ainda é mais incipiente, como Colômbia e Costa Rica. A OCDE tem hoje 36 nações como integrantes. A organização atua para que seus membros adotem padrões convergentes em questões comerciais, financeiras, ambientais e sociais, o que facilita o trânsito de investimentos em cada uma das economias.