Dilma Rousseff e Barack Obama em encontro do G20: presidente dos Estados Unidos se comprometeu a dar explicações "até a quarta-feira" desta semana (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 19h10.
O governo dos Estados Unidos dará uma resposta por meios diplomáticos a "qualquer preocupação" brasileira relacionada às atividades de interceptação eletrônica e espionagem em seu território, afirmou nesta segunda-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Estamos de acordo que nossa relação permanece vital e que precisamos avançar em assuntos econômicos e diplomáticos, e também em outros. Por isso, atenderemos a qualquer preocupação, como já dissemos, em canais diplomáticos sobre relatórios de atividades de inteligência", disse Harf durante uma entrevista coletiva à imprensa.
Para Harf, as relações dos Estados Unidos com o Brasil representam "uma associação importante", o que torna fundamental que os americanos sigam com o governo brasileiro.
As relações entre Estados Unidos e Brasil ficaram visivelmente deterioradas após a divulgação de documentos vazados pelo ex-analista de inteligência americano Edward Snowden que mostram detalhes da interceptação eletrônica e telefônica de autoridades brasileiras, incluindo um telefone celular da presidente Dilma Rousseff, por parte de agentes americanos.
O governo brasileiro considerou "inadmissível e inaceitável" a espionagem sobre Dilma.
Ela e o presidente americano, Barack Obama, tiveram na semana passada um breve encontro em paralelo à cúpula do G20 em São Petersburgo. Obama se comprometeu a dar explicações "até a quarta-feira" desta semana.
Uma nota publicada no blog oficial da Presidência brasileira indicou que nesse encontro Obama "assumiu a responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem".
Dilma tem uma viagem oficial a Washington marcada para o dia 23 de outubro. No momento, a viagem está confirmada, mas a Presidência brasileira adiou na semana passada a viagem de uma missão preparatória para a visita.