Brasil

EUA reconhecem Brasil por "compromisso com a democracia na Venezuela"

Mike Pompeo representa o posicionamento de Trump de que Maduro não tem legitimidade porque venceu eleições fraudadas e deve deixar o posto

Ernesto Araújo e Mike Pompeo: o governo brasileiro foi elogiado por ajudar a Venezuela (Yuri Gripas/Reuters)

Ernesto Araújo e Mike Pompeo: o governo brasileiro foi elogiado por ajudar a Venezuela (Yuri Gripas/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de fevereiro de 2019 às 09h39.

São Paulo — O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, agradeceu em comunicado na noite do sábado (23) a postura do governo brasileiro ao ajudar a Venezuela e seu "apoio firme e compromisso com a democracia" no vizinho.

Além disso, Pompeo pediu que as forças de segurança venezuelanas permitam a entrada de ajuda humanitária e protejam os civis de ataques de grupos paramilitares ligados ao regime do presidente Nicolás Maduro.

"Uma coalizão ampla de democracias tem se reunido para insistir que a Venezuela seja livre e que a ajuda humanitária possa entrar, e nós saudamos o presidente [Iván] Duque e a Colômbia por sua liderança", afirma Pompeo.

"Nós do mesmo modo reconhecemos o governo brasileiro por seu apoio firme e compromisso com a democracia ao enviar ajuda crucial e que salva vidas para o povo da Venezuela."

Em sua nota, o secretário de Estado diz que o sábado foi "um dia histórico", com centenas de milhares de voluntários buscando a paz e enfrentando "o ditador" Maduro. Também elogia "o presidente interino" Juan Guaidó e a Assembleia Nacional, presidida por este.

Guaidó se autointitulou presidente interino no fim de janeiro, em desafio a Maduro, e foi reconhecido por várias nações, como Brasil, Colômbia e EUA. Maduro, contudo, continua a ser apoiado por alguns países, como China, Rússia e Turquia.

Pompeo lamenta a recusa de Maduro em permitir a entrada de ajuda humanitária internacional, após o presidente venezuelano fechar ontem a fronteira com a Colômbia.

Ele também pede que as forças de segurança venezuelanas protejam os civis de "gangues armadas", chamadas de "colectivos" no país, grupos paramilitares que apoiam o regime de Maduro.

"Agora é a hora de agir em apoio à democracia e responder às necessidades do desesperado povo venezuelano", argumenta. "Os Estados Unidos tomarão ações e responsabilizarão aqueles que se opuserem à restauração pacífica da democracia na Venezuela", afirma ainda.

Para o governo do presidente Donald Trump, Maduro não tem legitimidade porque venceu eleições fraudadas e deve deixar o posto. O presidente venezuelano, porém, tem dito que não aceitará isso e que o envio de ajuda humanitária é um estratagema para enfraquecê-lo e derrubá-lo do poder.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpErnesto AraújoEstados Unidos (EUA)Governo BolsonaroMinistério das Relações ExterioresVenezuela

Mais de Brasil

Produção de veículos cai 12,6% em março e Anfavea alerta para impacto de tarifas dos EUA no setor

PGR denuncia ministro Juscelino Filho por suspeita de desvios em emendas

Motta diz que há 'convergência' na Câmara sobre PEC da Segurança: 'Todos concordaram com urgência'

Clima de abril: Sul e Sudeste esquentam, enquanto Norte tem chuvas intensas