Lula e Ahmadinejad: preocupação dos EUA com urânio brasileiro é menor (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 08h51.
Caracas - Os Estados Unidos estão atentos aos crescentes laços entre Brasil e Irã e suas implicações na área nuclear, revelam documentos diplomáticos americanos divulgados pelo site Wikileaks e publicados nesta quarta-feira.
Desde 2007, Washington investiga a possibilidade de incremento da produção de urânio na América Latina, especialmente na Venezuela e no Brasil, países que intensificaram suas relações com o Irã, informa o jornal espanhol El País.
As comunicações diplomáticas de várias embaixadas dos EUA na América Latina apontam que "não se deve menosprezar os boatos sobre urânio" nestes países, principalmente na Venezuela.
Os diplomatas advertem para os crescentes vínculos políticos entre Venezuela e Irã, baseados em "razões ideológicas", e que tanto o presidente venezuelano, Hugo Chávez, como o iraniano, Mahmud Ahmadinejad, são conhecidos pelo "discurso antiamericano".
A embaixada americana em Caracas relata a presença de 57 técnicos iranianos "trabalhando em organismos relacionados à mineração e à geologia" na Venezuela, onde há suspeitas da presença de reservas urânio em várias regiões.
A preocupação americana é menor em relação ao Brasil, mas um dos relatórios destaca que o país começou a "instalar uma linha de centrífugas para enriquecer urânio" com fins pacíficos.