Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncia compra de 75 milhões de barris de petróleo após queda histórica de preço (Alex Wong/Reuters)
Luísa Granato
Publicado em 24 de maio de 2020 às 18h32.
Última atualização em 25 de maio de 2020 às 18h02.
Por causa do aumento de casos de coronavírus no Brasil, os Estados Unidos anunciaram no domingo 24 de maio a proibição da entrada de viajantes vindo do país.
O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com o maior número de contaminados, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm mais de 1,6 milhão de casos. O presidente americano, Donald Trump, já havia indicado que faria o bloqueio há alguns dias.
Neste domingo, o Brasil chegou a 363.211 casos confirmados de covid-19 e 22.666 mortes.
De acordo com um comunicado da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, a ação vai garantir que estrangeiros no Brasil não se tornem fonte adicional de infecções.
"Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil", diz a nota.
Segundo a embaixada dos EUA no Brasil, a proibição passa a valer a partir de 00h59 (horário de Brasília) de 29 de maio, sexta-feira.
O assessor especial da Presidência da República do Brasil para Assuntos Internacionais, Filipe G. Martins, afirmou em sua conta no Twitter que, ao banir temporariamente a entrada de brasileiros nos EUA, o governo americano está seguindo parâmetros quantitativos previamente estabelecidos, que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o Brasil.
"Não há nada específico contra o Brasil. Ignorem a histeria da imprensa", acrescentou.
Pouco antes do anúncio da Casa Branca, o chanceler Ernesto Araújo afirmou, também no Twitter, que em conversa neste domingo com representantes da Casa Branca, "dentro da ótima cooperação Brasil-EUA no combate ao Covid-19", recebeu a notícia de que Trump determinou a doação de 1.000 respiradores ao Brasil.
"Parceria produtiva entre duas grandes democracias", afirmou.
O Brasil implementou restrições semelhantes à entrada de estrangeiros, inclusive dos EUA, em 30 de março, e prorrogou as medidas duas vezes desde então, destacou a embaixada americana.
O conselheiro de Segurança Nacional americano, Robert O'Brien, disse mais cedo no programa Face the Nation, da rede CBS, esperar que a medida seja reconsiderada em algum momento.
"Esperamos que seja temporário, mas, devido à situação no Brasil, tomaremos todas as medidas necessárias para proteger o povo americano", disse O'Brien.
O Brasil ultrapassou na sexta-feira a Rússia e se tornou o segundo país do mundo em número de casos de coronavírus, perdendo apenas para os EUA. Os dados coletados neste domingo mostraram que o país já registra 22.666 mortes e 363.211 casos de Covid-19.
Trump havia dito na terça-feira que estava considerando impor uma proibição de viagens a passageiros provenientes do Brasil.
"Não quero pessoas vindo para cá e infectando nosso povo. Também não quero que as pessoas fiquem doentes por lá. Estamos ajudando o Brasil com respiradores... O Brasil está tendo problemas, não há dúvida sobre isso", acrescento Trump a repórteres na Casa Branca.
O'Brien disse que os EUA analisarão as restrições referentes a outros países do Hemisfério Sul, país a país.
Trump suspendeu a entrada da maioria dos viajantes da China, onde o surto começou, em janeiro. No início de março, ele impôs restrições de viagem a pessoas vindas da Europa.
As novas restrições impedem a maioria dos cidadãos não americanos que tenham estado no Brasil no período de até 14 dias antes da tentativa de entrada nos EUA. Além dos americanos, serão isentos da proibição de viajar para os EUA residentes permanentes legais ou indivíduos que se enquadrem em alguma das exceções listadas.
(Com informações da Reuters)