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"Eu queria criticar o Onyx, mas não consigo", afirma Bolsonaro

Em solenidade militar, presidente Jair Bolsonaro também disse que não defende trabalho infantil e que é "ingênuo" sobre a economia

Solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

Solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2019 às 14h40.

O presidente Jair Bolsonaro informou nesta sexta-feira, 5, que parabenizou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pelo trabalho realizado para aprovar na Comissão Especial da Câmara o texto-base que muda as regras de aposentadoria no Brasil. Em tom de brincadeira, disse que queria criticar o ministro, mas não consegue.

"Eu hoje falei com Onyx e parabenizei mais uma vez. Eu queria criticar o Onyx, mas não consigo. Eu parabenizei ele mais uma vez pela sua ação no dia de ontem com relação à Previdência", disse o presidente a jornalistas, após ser questionado sobre mudanças na Casa Civil.

Bolsonaro participou de solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.

Onyx Lorenzoni vem sendo alvo de "fritura" no governo desde que perdeu o comando da articulação política e a supervisão da Subchefia para Assuntos Jurídicos.

No último domingo, dia 30 de junho, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Lorenzoni enfrenta uma queda acentuada e contínua no número de reuniões com parlamentares, ministros e até mesmo com o próprio presidente. Em abril, por exemplo, o ministro chegou a participar de ao menos 19 reuniões com Bolsonaro. Em junho, o número despencou para apenas três.

"Em economia, sou ingênuo mesmo"

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que quando o assunto é economia ele é "ingênuo mesmo" e tem humildade em reconhecer. Bolsonaro comentou a fala da véspera do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o presidente tem bons princípios, mas tem "uma ingenuidade ou outra". Em seu comentário, Guedes minimizou o posicionamento do presidente, que tentou emplacar regras mais suaves na reforma da Previdência para policiais federais, rodoviários federais e legislativos.

"Quando se fala em economia, eu sou ingênuo mesmo. Eu tenho humildade para reconhecer. Porque os economistas passados quebraram o Brasil. Quando falei que eu não nasci para ser presidente e aí vieram críticas, os outros que nasceram para ser presidente estão presos, respondendo a processos e ensacando vento. Humildade acima de tudo", afirmou. "Quer comparar a minha bagagem cultural com a do general Heleno? Não dá para comparar. Além da idade, alguém que foi exemplar em todas as funções que ocupou aqui no Brasil."

Bolsonaro participou de solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.

"Não estou defendendo trabalho infantil"

Um dia depois de afirmar em uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook que não foi "prejudicado em nada" por ter começado a trabalhar durante a infância, o presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta sexta-feira, 5, que não defende o trabalho infantil. Ele voltou a dizer que trabalhar enobrece o cidadão.

"Não estou defendendo trabalho infantil, muito menos escravo. Mas me fez muito bem trabalhar. Me transformou fisicamente muito bem. Depois fui ser pentatleta das Forças Armadas", explicou o presidente, após ser questionado por jornalistas. Ele participou de solenidade de comemoração do 196º aniversário de criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.

Na transmissão realizada na quinta à noite, Bolsonaro comentou que, por volta dos nove anos de idade, quebrava milho na plantação da fazenda em que seu pai trabalhava, em Eldorado Paulista. O presidente fez questão de ressaltar, no entanto, que não vai apresentar nenhum projeto para descriminalizar o trabalho infantil, porque, se o fizesse, "seria massacrado".

"Eu disse na própria live que não defenderia. Que não enviaria um projeto neste sentido. Mas eu trabalhei desde oito anos de idade quebrando milho, plantando milho com matraca, colhendo banana próximo aos dez anos de idade e estudava. E hoje eu sou o que sou. Isso não é demagogia, é a verdade", afirmou.

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