Engenhão: o Botafogo, que é o arrendatário do Engenhão, acabou sendo um dos mais prejudicados, já que o clube ficou sem um local para jogar (ISMAR INGBER/VEJA RIO/VEJA)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2016 às 14h16.
Rio - O Engenhão pode ter ficado 23 meses fechado e consumido R$ 100 milhões à toa. É o que afirma um novo estudo realizado por duas empresas, que concluiu que as falhas apontadas na cobertura do estádio eram diferenças normais para construções de grande porte e que não havia sinal de desgaste.
O laudo que apontou problemas na estrutura foi apresentado em março de 2013 por uma empresa alemã, e é contestado agora por um novo estudo conduzido pelas empresas DFA Engenharia e pela Controlatto. A informação sobre o novo estudo foi revelada pela rádio CBN Rio.
À época da interdição, a recomendação era taxativa. "O reforço estrutural imediato da cobertura do estádio é imprescindível para que possa ser utilizado com os níveis mínimos de segurança exigidos pela legislação vigente", afirmou trecho do relatório final elaborado pela Comissão Especial de Avaliação do Engenhão, criada à época pela prefeitura do Rio.
Os estudos técnicos da empresa alemã SBP apontaram que os arcos de sustentação da cobertura haviam tido um deslocamento lateral 50% superior ao previsto no projeto.
Cálculos de engenheiros alertaram para o perigo de queda da cobertura em caso de ventos com velocidade superior a 63km/h ou se exposta a baixas temperaturas - esta uma possibilidade menor de se registrar no Rio.
A análise realizada agora contesta os dados. Os critérios utilizados nos cálculos da SBP para apontar a necessidade de reforço eram diferentes dos utilizados à época da construção do estádio, o que acabou levando a conclusões diferentes. A empresa alemã não teria considerado a topografia da região do Engenhão.
Em função das obras de reforço na estrutura, o estádio ficou fechado por 23 meses. O Botafogo, que é o arrendatário do Engenhão, acabou sendo um dos mais prejudicados, já que o clube ficou sem um local para jogar e sem uma importante fonte de renda.
Procurado pelo Estadão.com nesta quarta-feira, o clube informou por intermédio da assessoria da presidência que, por ora, não vai comentar o resultado do novo estudo.
O material deverá ser analisado pelos advogados do clube antes de qualquer posicionamento oficial. A Prefeitura do Rio ainda não se posicionou.
Sede das competições de atletismo e de oito partidas de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio, o Engenhão segue entregue ao Comitê Rio-2016 e dificilmente receberá partidas do Campeonato Brasileiro neste ano.