Cliente em supermercado em São Paulo. 10/01/2014 REUTERS/Nacho Doce
Valéria Bretas
Publicado em 17 de março de 2017 às 15h03.
Última atualização em 17 de março de 2017 às 18h42.
São Paulo – A operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, dia 17, revela que vários frigoríficos do Brasil pagavam propinas a fiscais sanitários para obter aprovações irregulares.
Algumas dessas irregularidades eram sérias. Sem especificar quais acusações correspondem a cada empresa, a PF afirma que houve casos em que produtos químicos foram usados para disfarçar o gosto de papelão e pedaços de cabeça no recheio de linguiças.
O caso chocou o país. Mas, desde 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece alguns requisitos mínimos para a quantidade de “sujeira” tolerada em alimentos e bebidas.
A regulação da Anvisa não atinge a produção de carnes porque segundo a própria agência não é sua responsabilidade fiscalizar esse tipo de fabricação.
No caso de outros alimentos, por exemplo, é permitido 1,5% de areia ou cinzas insolúveis em ácido no produto. Em alimentos que contenham mais do que isso, o lote é vetado e a empresa ainda pode ser interditada e obrigada a pagar uma multa que varia entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão.
A Anvisa também tolera diversas “matérias estranhas” em produtos como molhos de tomate, chás, biscoitos e achocolatados. Entre elas, estão insetos, roedores, excrementos de animais, areia e fungos, aceitos dentro de certas limitações. Até a agência definir esses parâmetros em 2014, não havia regulamentação para os limites de tolerância.
Veja, no infográfico, alguns exemplos de "sujeiras" permitidas nos alimentos e bebidas. Veja a íntegra da resolução de 2014 e a tabela completa com indicações de quantidades permitidas para cada tipo de alimento.