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Estes deputados votaram para não cassar Eduardo Cunha

Dos nove, sete respondem a processos na Justiça e sete votaram a favor do impeachment da presidente Dilma


	Eduardo Cunha: dos nove, sete respondem a processos na Justiça e sete votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff
 (Valter Campanato/ABr/Fotos Públicas)

Eduardo Cunha: dos nove, sete respondem a processos na Justiça e sete votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (Valter Campanato/ABr/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2016 às 22h20.

Por 11 votos a 9, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votou pela cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Conheça os deputados que votaram contra o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pedia o fim do mandato do peemedebista. Ou seja, aqueles que ficaram do lado de Cunha.

Dos nove, sete respondem a processos na Justiça e sete votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Alberto Filho (PMDB-MA): filho do prefeito de Babacal (MA) José Alberto Oliveira Veloso, Alberto está no segundo mandato como deputado federal. Votou a favor do impeachment.

André Fufuca (PP-MA): investigado por corrupção eleitoral no Supremo, está no primeiro mandato na Câmara e votou a favor do impeachment.

Mauro Lopes (PMDB-MG): ministro de Aviação Civil do governo Dilma até abril, votou a favor do impeachment. Está no sexto mandato como deputado federal.

Nelson Meurer (PP-PR): alvo da Lava Jato, está no sexto mandato na Câmara. Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, afimou que Meurer recebeu R$ 4 milhões desviados da estatal na forma de doações para sua campanha eleitoral. Também votou contra Dilma.

Sérgio Moraes (PTB-RS): deputado federal pela terceira vez, é condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em duas ações civis públicas por improbidade administrativa e em outra por agressão física. Também teve as contas eleitorais da campanha de 2014 rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral gaúcho. Ele recorreu em todos os processos e as condenações nos casos de improbidade foram mantidas. Votou pelo impeachment e em 2009 ficou conhecido por dizer que estava “se lixando para opinião pública”.

Washington Reis (PMDB-RJ): réu por crime ambiental, ele é alvo de outros quatro inquéritos no Supremo. O parlamentar é investigado por lavagem de dinheiro, variação de patrimônio incompatível com os bens declarados à Justiça Eleitoral, envolvimento em um esquema de fraudes em licitações. Também é suspeito de usar a estrutura da prefeitura de Duque de Caixas (RJ) em obras de um condomínio particular. Está no segundo mandato na Câmara e votou pela saída de Dilma.

João Carlos Bacelar (PR-BA): responde a três inquéritos no Supremo que apuram peculato e falsidade ideológica. Teve as contas eleitorais de 2014 reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia. Votou contra o impeachment e está no terceiro mandato na Câmara.

Laerte Bessa (PR-DF): relator da PEC que reduz a maioridade penal, votou pelo afastamento de Dilma e está no segundo mandato como deputado federal. É réu no Tribunal de Justiça do Distrito Federal em ação civil de improbidade administrativa em que é investigado por irregularidades em concurso público para delegado da Polícia Civil do DF.

Wellington Roberto (PR-PB): réu em ação civil pública no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, está no quarto mandato na Câmara e votou contra a saída de Dilma.

Apesar de ter votado a favor da cassação de Cunha, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) defendeu o parlamentar de forma contundente nos últimos meses. “As pessoas me abordam e dizem que o deputado Eduardo Cunha fez pelo País em ter coragem de por o impeachment da Dilma para votar. Esse homem deveria receber um indulto", dizia.

A pressão popular e a rejeição de Cunha devem ter contribuído para Costa mudar o voto de última hora, contrariando a orientação do seu partido, o Solidariedade, do Paulinho da Força, aliado de primeira hora de Cunha.

Os defensores de Cunha citaram argumentos de testemunhas de defesa do peemedebista no Conselho que sustentaram que o representado não cometeu crime ao não declarar os trustes (tipo de investimento que o deputado tinha na Suíça) no Imposto de Renda.

Também argumentaram que a decisão do presidente afastado da Câmara em aceitar o pedido de impeachment de Dilma se sobrepõe a qualquer irregularidade ou crime que possa ter cometido.

Alguns chegaram a sugerir uma punição menor, como a suspensão do mandato, e criticaram o pedido de prisão de Cunha feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Réu por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato, Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar ter contas no exterior. As contas foram comprovadas pelas investigações do Ministério Público e da Polícia Federal.

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