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Estamos atentos à formação de bolhas, diz Meirelles

No entanto, o presidente do Banco Central não indicou se o governo vai adotar medidas adicionais nos próximos dias para coibir o excesso de capitais estrangeiro

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: nenhuma indicação se o governo vai adotar medidas adicionais nos próximos dias (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: nenhuma indicação se o governo vai adotar medidas adicionais nos próximos dias (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 12h32.

São Paulo - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje que requer atenção do governo a possibilidade de formação de bolhas de ativos financeiros no País, a partir do avanço excessivo do ingresso de capitais no Brasil. "A hipótese de formação de bolhas em qualquer momento é preocupante e, portanto estamos todos atentos", comentou, depois de ser questionado sobre qual nível de preocupação a situação do câmbio traz ao governo brasileiro.

Meirelles, no entanto, não indicou se o governo vai adotar medidas adicionais nos próximos dias para coibir o excesso de capitais que estão vindo para o Brasil, a ponto de levar o dólar para a cotação de R$ 1,66, o que é avaliado de forma unânime por especialistas como um patamar de forte valorização do real.

O presidente do BC afirmou ainda que o governo está numa fase do processo de análise do que foi feito - desde o dia 5 de outubro, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi elevada de 2% para 4% para aplicações de estrangeiros em renda fixa - e do que pode ser feito. "Portanto, a melhor postura neste momento é aguardarmos", disse. "E qualquer decisão a respeito será anunciada no devido tempo, se existir."

Ele ressaltou que a dificuldade política do governo dos EUA de adotar mais estímulos fiscais a fim de estimular a economia norte-americana praticamente deixou como alternativa de ação somente o afrouxamento quantitativo pelo Fed. Porém, ele ressaltou que essa iniciativa "gera distorções graves, é um remédio com efeitos colaterais intensos", que são sentidos especialmente pelas regiões do mundo que vão bem, como o Brasil. O presidente do BC destacou que tais repercussões negativas não são exclusivas do País, porque países como Suíça e Japão também têm sido destaques no recebimento de grande volume de investimentos. 

Meirelles afirmou que as nações do mundo estão atuando em dois polos para coibir os efeitos do afrouxamento monetário dos EUA: um deles é local, onde cada um toma suas medidas particulares para proteger a economia, como no caso do Brasil; o outro é no plano das negociações internacionais, para atacar esse problema de forma global. Meirelles participou hoje de um café da manhã em comemoração aos 20 anos da Associação Viva o Centro, em São Paulo. 

Governo Dilma
Após participar do evento, o presidente do BC evitou comentar sobre uma possível participação em um eventual governo de Dilma Rousseff, caso a candidata petista ganhe as eleições presidenciais do dia 31. A uma pergunta sobre o assunto, Meirelles respondeu, sorrindo: "Vamos aguardar".

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