(TARSO SARRAF/AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de março de 2021 às 16h05.
Última atualização em 3 de março de 2021 às 16h25.
Com o aumento de óbitos e internações por covid-19, as redes pública e privada de saúde do estado de São Paulo chegaram a uma média de uma hospitalização por causa da doença a cada 2 minutos. Ao todo, 7.415 pacientes estão hospitalizados com suspeita ou confirmação do novo coronavírus em terapia intensiva o que é 18,6% maior do que o pico do ano passado, que era de 6.250 internados.
Há uma semana, o governo João Doria (PSDB) chegou a dizer que a rede pode entrar em colapso em três semanas se as medidas de restrição não forem suficientes. O estado anunciou nesta quarta-feira, 3, a inclusão de todas as regiões na fase vermelha a partir do sábado, 6.
"Isso é uma tragédia, é uma tragédia que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas", destacou Doria. Segundo ele, o estado recebe um pedido de internação a cada 2 minutos em hospitais públicos ou privados por causa da doença. "Esse é o termômetro da linha de frente, dessa tragédia que estamos vivendo", disse.
A média diária de novas internações da atual semana epidemiológica (que segue até sábado) é de 1.906, a segunda mais alta de toda a pandemia (o pico foi de 1.962, na terceira semana de julho). Isso significa um aumento de 4,7% em menos de uma semana e de 26,6% em comparação à penúltima semana.
"Temos a tristeza de reconhecer a situação dificílima que estamos vivendo em São Paulo, e não é diferente do [restante] do país", acrescentou Doria. "As próximas duas semanas serão as duas piores da pandemia no Brasil."
Segundo dados do governo estadual, São Paulo tem 2.068.616 casos e 60.381 óbitos por covid-19. Na terça-feira, 2, foram confirmadas 468 mortes causadas pela doença, o maior registro feito no estado desde o início da pandemia. A ocupação de UTI é de 75,3%, média que é 76,7% na Grande São Paulo. Em leitos de enfermaria, a taxa é de 56,8% em todo o estado, enquanto é de 63 5% na região metropolitana da capital.
Em parte do interior de São Paulo, a ocupação de UTI é ainda maior, chegando a até 100%. Como noticiou o Estadão, além da tentativa de abrir novas vagas, Secretarias de Saúde de municípios como Araraquara e Bauru transferem pacientes para evitar colapso de seus centros médicos. Na capital paulista, parte dos hospitais privados, como o Albert Einstein e o São Camilo, também está com os leitos de terapia intensiva totalmente ocupada.