Brasil

'Esse assunto foi para o adiamento das eleições, escalou', diz Fábio Farias

Faria alega que queria apenas negociar a reposição de peças publicitárias não exibidas, mas o tema "escalou" para defender o adiamento da votação no segundo turno

Fábio Faria: No dia 24, o ministro convocara uma entrevista na porta do Palácio da Alvorada para relatar o que chamou de "fato grave" (Leandro Fonseca/Exame)

Fábio Faria: No dia 24, o ministro convocara uma entrevista na porta do Palácio da Alvorada para relatar o que chamou de "fato grave" (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2022 às 09h23.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria (Progressistas), se diz arrependido de ter participado da entrevista em que denunciou a existência de supostas falhas na veiculação de propaganda eleitoral em rádios. Faria alega que queria apenas negociar a reposição de peças publicitárias não exibidas, mas o tema "escalou" para defender o adiamento da votação no segundo turno.

No dia 24, Faria convocara uma entrevista na porta do Palácio da Alvorada para relatar o que chamou de "fato grave". A denúncia foi arquivada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter sido considerada sem qualquer fundamentação.

LEIA TAMBÉM: Lula x Bolsonaro: quem está à frente nas principais pesquisas eleitorais?

O sr. se arrepende sobre a entrevista que deu sobre as rádios?

Eu entrei no assunto para tratar das inserções (propagandas de 30 segundos). Esse assunto foi para adiamento das eleições, escalou. E isso eu me arrependo. Esse assunto também prejudica o presidente, porque nunca foi interesse dele. Atrapalha, é ruim para o presidente, nunca foi o que ele quis. A gente só queria a reposição das inserções (nas rádios). Só isso.

Quem escalou?

Quando teve a demissão do funcionário (Alexandre Machado), o assunto escalou e vários bolsonaristas começaram a pedir adiamento por conta da demissão do funcionário do TSE. Ficou impossibilitado de acordo (com a Corte).

Daria tempo para repor as inserções antes da campanha?

Era o que a gente estava tentando via acordo se não tivesse escalado a temperatura.

Quem pediu o relatório sobre as inserções nas rádios? Teve pedido do empresário Luciano Hang?

Foi a campanha. Não tem nada a ver o (empresário bolsonarista Luciano) Hang. Ele é um dos clientes dessas empresas. Essas empresas fazem Carrefour, Casas Bahia, Havan. Ele é um dos clientes de uma dessas empresas, que são duas. Que era o Hang, isso foi desmentido. Eu não sei se ele é (cliente) da Audiency ou da Sound. Acho que ele é da Soundview. Acho que ele nem é da Audiency, tem que ver no portfólio deles. Não tem nada a ver com o Hang, nada.

Quem formulou esse dossiê foi o gabinete do ódio?

Não, não. Não, não, mentira. Nada a ver. A campanha pagou R$ 1 milhão, contratou a empresa (Audiency) que faz isso, que tem 5 mil rádios no escopo. Eles arquivam dois anos de rádio. É o maior banco de dados do Brasil, da Audiency. A Soundview só tinha 2 mil rádios.

A ideia de pedir um relatório foi sua?

O povo estava dizendo (que havia fraude). Não, eu soube disso quando estava pronto, aí eu tentei intermediar um acordo. Quando eu vi, "... olha, isso não vai dar muito tempo de ser checado, vou tentar um acordo com o TSE".

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022Governo BolsonaroPolítica

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022