Hugo Motta: candidato à presidência da Câmara busca equilíbrio e diálogo com partidos (Mário Agra / Câmara dos Deputados/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 16h49.
Última atualização em 29 de outubro de 2024 às 16h50.
Escolhido por Arthur Lira (PP-AL) para ser o candidato do seu grupo político à presidência da Câmara, o líder do Republicanos na Casa, Hugo Motta (PB), defendeu o "equilíbrio" em discurso após o anúncio e disse que o projeto que dá anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro não pode se misturar com a sucessão na Casa.
Ele ainda tenta atrair para o seu arco de apoio o PT e o PL, partidos antagônicos e que têm posições distintas sobre o perdão a quem participou dos atos golpistas.
"Misturar um tema importante como a anistia para a Mesa Diretora não é justo. Temos desafios que vão além do projeto de lei. Com serenidade, procuraremos conduzir este compromisso. Temos um presidente atual, que é o Lira, e decidiu instalar essa comissão especial, no ambiente correto que tratará apenas dessa pauta. Tenho defendido o equilíbrio. Teremos a cautela necessária para dar essa contribuição. Precisamos ter um ambiente de convergência", afirmou Motta, que agradeceu ao presidente do partido, Marcos Pereira, por ter saído da disputa em seu favor.
Apesar de defender o andamento mais lento do projeto da anistia, que interessa ao grupo bolsonarista do PL, Motta afirmou que não está contra o partido, que também tenta atrair para a aliança.
"Vejo o PL como um partido que estará ao nosso lado. Conversamos com Valdemar, Altineu e Bolsonaro. Vamos respeitar os espaços do PL, valorizaremos a bancada, dialogaremos. Por mais importante que seja, o PL da Anistia não é o único ponto a ser levado em consideração. Não estamos contra o PL na Anistia, pelo contrário. A Comissão Especial constrói um relatório que busque, com equilíbrio, aquilo que a Casa representa", destacou Motta.
Em seguida, Motta afirmou que também conta com o apoio do PT, que está inclinado a apoiá-lo, mas ainda não tomou uma decisão.
"Antes do apoio de qualquer partido, respeitamos a dinâmica interna de cada legenda. A ansiedade pode atrapalhar. Respeito o tempo do PT, que deve se reunir nesta semana, é do processo democrático. Mas, com os diálogos que já tivemos, não tenho dúvidas de que PT e PL caminharão conosco nessa candidatura", afirmou.
Pereira disse que Motta "representa hoje as características para enfrentar os desafios que o Brasil tem pela frente". "Ele representará a defesa dos parlamentares e o diálogo dos Poderes. Buscamos apoios que unifiquem a Casa", declarou.
Lira anunciou nesta terça-feira o apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sua sucessão a partir do próximo ano. O anúncio foi feito ao lado de líderes de partidos como MDB e PP, de um vice-líder do PT e do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), que abriu mão da disputa e abriu caminho para Motta.
"Declarar apoio a Hugo Motta, neste momento, é a minha contribuição pessoal para a convergência e para que possamos manter uma Câmara firme na defesa do Parlamento e do Brasil. Estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez", afirmou Lira.
Estavam ao lado de Lira e Motta os líderes Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Dr. Luizinho (PP-RJ) e Rubens Pereira Jr (PT-MA), vice-líder do PT, e outros parlamentares.
Na tentativa de ampliar o apoio a Motta e atrair o PT, que está inclinado a entrar na aliança do líder do Republicanos, mas ainda não tomou a decisão, Lira decidiu retardar a tramitação do projeto que dá anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. O projeto, que tinha votação prevista para esta terça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, é um pleito da ala bolsonarista da Casa e agora vai passar por uma comissão especial.