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"Escola sem partido não entra na USP", garante reitor Vahan Agopyan

"Obedecemos às leis, mas coisas que ferem nossa autonomia, a USP não precisa seguir", diz reitor, descartando qualquer "mecanismo de controle ideológico"

Vahan Agopyan, novo reitor da USP (Foto/Agência USP)

Vahan Agopyan, novo reitor da USP (Foto/Agência USP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 14h50.

Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 16h13.

Vahan Agopyan, reitor da USP, falou, em entrevista o jornal O Estado de S. Paulo, sobre o papel das universidades e a polarização política que atinge as instituições de ensino.

Veja, abaixo, os principais trechos.

Como o senhor vê a universidade no atual momento político?

Os problemas da sociedade repercutirem na universidade é uma coisa natural. O que me preocupa é explicar o que é uma universidade de pesquisa para a sociedade. A sociedade não entende a gente.

Políticos dos dois lados afirmam coisas similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, é caro e precisamos fortalecer o básico. O que ambos dizem é que a universidade está cara e não precisamos dela.

O senhor defende o ensino gratuito?

Sim. O grosso dos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar U$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. A última vez que fizemos contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento. A universidade está contribuindo para o desenvolvimento do País? Se está, é um investimento.

O governador eleito de São Paulo, João Doria, disse que é a favor do projeto Escola sem Partido. Qual sua opinião?

Na USP, é impossível. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem nossa autonomia, a USP não precisa seguir. Isso fere. A universidade é um locus de debate. Formamos cidadãos.

Mas e se houver denúncias de alunos? 

Denunciar para quem? Não vou criar um mecanismo de controle ideológico na USP.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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