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Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 18h33.
João Pessoa - O governador da Paraíba, Ricardo Vieira Coutinho (PSB), anunciou, nesta segunda-feira, 31, que enviará mensagem à Assembleia Legislativa, ainda esta semana, com projeto de lei mudando o nome da Escola Estadual Presidente Médici para Escola Estadual Presidente João Goulart. O anúncio foi durante uma solenidade que lembrou os 50 anos do golpe militar, ontem pela manhã, no Palácio da Redenção, a sede do governo estadual, em João Pessoa.
O golpe destituiu o presidente João Goulart em 31 de março de 1964 e instalou uma ditadura que durou 21 anos no País. O ato do governador da Paraíba será o primeiro a homenagear o ex-presidente João Goulart, em 50 anos, na Paraíba.
Coutinho recebeu, hoje, relatório da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória, que atuou durante um ano em um minucioso trabalho de investigação sobre atos praticados pelas forças da ditadura no Estado da Paraíba.
"O trabalho da Comissão da Verdade reconta nossa história de acordo com a verdade. Creio que ninguém consegue abrir os horizontes, olhar para a frente e superar as dificuldades do passado, se não tiver capacidade de encarar fatos tão graves como os que aconteceram no passado, de profundo desrespeito à cidadania, à liberdade e aos direitos humanos", disse o governador.
De acordo com o relatório da Comissão da Verdade, o regime militar determinou as cassações de 41 políticos que atuavam na Assembleia Legislativa, na bancada federal da Paraíba na Câmara Federal, em câmaras municipais e prefeituras do Estado. Pelo menos uma centena de estudantes foram expulsos da Universidade Federal da Paraíba, no período. Houve mortes dois camponeses estão desaparecidos até hoje.
Na tarde desta terça-feira, 1º, a Câmara Municipal de João Pessoa realiza sessão solene para fazer a devolução simbólica do mandato do ex-vereador Antônio Augusto Arroxelas, cassado, na primeira semana do regime militar. Também serão devolvidos simbolicamente os diplomas dos suplentes de vereador José Gomes da Silva, conhecido como José Moscou, e Leonardo Leal, igualmente cassados pela Câmara de João Pessoa em abril de 1964.