Brasil

Governo tem um claro posicionamento anticiência, diz ex-diretor do Inpe

Em entrevista a EXAME, Ricardo Galvão diz que acusação de Bolsonaro criou trauma enorme no Inpe e que era necessário colocar um marco claro de resistência

Ricardo Galvão, diretor exonerado do Inpe (Leandro Fonseca/Exame)

Ricardo Galvão, diretor exonerado do Inpe (Leandro Fonseca/Exame)

São José dos Campos — No dia 20 de julho, ao dizer que o presidente Bolsonaro tomou uma atitude pusilânime ao desqualificar dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia, Ricardo Galvão tinha consciência de que seria afastado do cargo.

Engenheiro de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense, Galvão é mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e doutor em Física de Plasmas Aplicada pelo Massachusetts Institute of Technology, o MIT.

Galvão esteve no centro da crise ambiental do governo Bolsonaro, que ganhou dimensão internacional nas últimas semanas. Segundo o cientista, as tensões tiveram início em janeiro, quando o Ministério do Meio Ambiente cortou a comunicação com o Inpe, ao mesmo tempo em que tecia críticas ao instituto na imprensa.

Leia trechos da entrevista concedida por Galvão a EXAME:

Em entrevistas recentes, o senhor comentou que o ministro Ricardo Salles vem fazendo diversas críticas ao Inpe há alguns meses. Que tipo de críticas foram feitas e quando elas começaram? 

As críticas eram voltadas principalmente à precisão de um de nossos sistemas, o Deter [Desmatamento em Tempo Real], que dá alertas sobre desmatamento. Foram falas públicas, na imprensa. Nenhuma das críticas chegou diretamente ao Inpe. Ele dizia que a precisão não era suficiente para que o Ibama tomasse atitudes, e que a periodicidade dos alertas não era satisfatória. Isso começou no início de janeiro com uma motivação que nós achamos muito estranha: para substituir o papel do Inpe no monitoramento, ele queria contratar a empresa americana Planet.

Esse posicionamento não se baseia em fatos: o Deter foi desenvolvido pelo Inpe em 2003 a pedido da então ministra Marina Silva, e usa um satélite próprio para fazer uma varredura sobre a Amazônia em uma largura de 800 km, com resolução de 60 metros por pixel. Isso é bastante suficiente, porque três ou quatro árvores derrubadas já geram alerta. O ministro Salles começou a dizer que as imagens não serviam porque tinham de ter dois metros de resolução, o que é uma infantilidade enorme.

Ter essa resolução seria gerar uma quantidade imensa de dados, o que é caríssimo e desnecessário. O sistema foi utilizado pela Marina e por todos os outros ministros do Meio Ambiente para fazer uma redução violenta e substancial na taxa de desmatamento da Amazônia. Entre 2004 e 2012, a queda em desmatamento foi superior a 90%. Isso foi possível usando os dados do Deter.

O que mudou na relação do Inpe com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e como isso culminou na crise com o Governo Federal?

O Inpe tinha um acordo de cooperação técnica com o Ibama: eles tinham acesso aos dados e, sempre que queriam mais detalhes, entravam em contato. Nunca tivemos problemas, apenas discussões técnicas sobre os dados. A partir deste governo, todo o canal de comunicação com o MMA foi cortado pelo ministro Salles.

No dia 19 de janeiro, publicamos uma nota técnica muito elegante em resposta às críticas do ministro, explicando como o Inpe fazia o monitoramento e nos propondo resolver todas as indagações, mas não houve nenhuma resposta. Em março, entrei em contato com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC).

Fui a Brasília com especialistas do Inpe para avisar que o confronto que o MMA estava tendo conosco não era bom para o Brasil, e que teria grande repercussão internacional porque eles não tinham noção da dimensão do Inpe no cenário científico estrangeiro. Propusemos um workshop com o Inpe e o Ibama para discutir e reatar o canal de comunicação.

Em vez de ter uma iniciativa do ministério, fui espinafrado por ter ido falar com um secretário sem antes ter falado com meu chefe imediato. Infelizmente, o MCTIC está dominado por uma mentalidade militar que é ortogonal à mentalidade científica. Tem que falar com o sargento, depois com o tenente, com o coronel. Não é assim que funciona em ciência, e eles não entendem isso.

As críticas continuaram, até que, em junho, o general Augusto Heleno [ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional] deu uma entrevista fazendo uma crítica muito ofensiva para nós, sem falar conosco. Disse que nossos dados de desmatamento eram manipulados.

Isso criou uma consternação enorme no Inpe, então enviei um ofício ao ministro Marcos Pontes em julho, novamente sugerindo reatar o canal de comunicação com o MMA, com o Ministério da Agricultura e com o Gabinete de Segurança Institucional, e propondo até o desenvolvimento de ferramentas computacionais para atender as demandas dos ministérios na análise dos dados, da forma como eles quisessem. Isso foi totalmente ignorado. Por isso a acusação do presidente Bolsonaro criou um trauma enorme no Inpe. Ele não teve a dimensão do que estava falando.

Quando ele disse que os dados eram categoricamente mentirosos, ele disse que os cientistas cometem crime de falsidade ideológica. É uma acusação criminal fortíssima. Recebi mensagens de pessoas indignadas, querendo saber qual seria a minha resposta. Por isso respondi de maneira tão contundente em entrevista ao Estado de S. Paulo. Para nós, cientistas, a soberania e a dignidade da ciência estão acima de tudo.

Já tivemos, no governo militar, cientistas que honraram seus nomes em defesa da ciência e foram perseguidos também. Eu sabia que minha resposta culminaria na minha exoneração, mas era necessário colocar um marco bem claro de resistência, porque não é possível que esse cenário obscurantista esteja retornando ao país.

O que explica este desgaste na relação com o MMA?

É uma questão ideológica. Em 2008, o Inpe teve um embate muito grande com o governo de Blairo Maggi, do Mato Grosso. O instituto mostrava que os dados do desmatamento estavam crescendo muito no estado, e Maggi dizia que os dados estavam errados. Isso também gerou ataques fortes ao Inpe, até o então presidente Lula estava a favor do governador.

A diferença é que a ministra era a Marina Silva, que estava preocupada com o meio ambiente. Houve uma reunião na Presidência, com representantes do Inpe, a Marina e o Lula, que foi quem deu a solução: pegar um avião e sobrevoar a área onde o Inpe acusava desmatamento, para confirmar. Foi só fazer isso para o Maggi perder toda a razão e o Inpe parar de ser atacado.

Por que não fizeram isso agora? Por questão ideológica, porque o governo tem um posicionamento muito claro, influenciado por gurus como Olavo de Carvalho, que é anticiência. Ouvem-se pessoas que contestam o aquecimento global, o que é vergonhoso para o país. Recentemente, o ministro Salles falou sobre exploração sustentável da floresta — o que está correto, mas não há um plano detalhado e estratégico de como fazer isso.

Nenhum órgão que conheça isso no Brasil, nenhuma universidade foi consultada. Quando se fala que vai explorar de forma sustentável, mas não se tem um plano, a mensagem é: vão lá e cortem as árvores, ninguém vai mexer com vocês. Existe um posicionamento ideológico quando o presidente diz “A Amazônia é nossa”. Primeiro que ela não é só do Brasil, é também dos países limítrofes.

E a Amazônia é um benefício da humanidade. O presidente se esquece que todo o clima brasileiro pluviométrico, até a Argentina, e a nossa agricultura dependem fundamentalmente da floresta. Não se pode brincar com isso, a única solução é científica e não pode estar abaixo de ameaças políticas, principalmente de pessoas que não têm formação suficiente para entender o problema.

Esta ideologia explica o fato de o ministro Marcos Pontes ter ignorado os avisos do Inpe?

Não. Todas as vezes que ele foi questionado sobre meio ambiente, a resposta dele foi correta: diz que é um problema que deve ser atacado cientificamente. No entanto, ele está no governo e tem de obedecer ordens superiores. E ele tem uma formação militar, segundo a qual não se fala contra o chefe. Aliás, quando ele me exonerou, a conversa foi ótima. Ele disse que a minha posição ficou insustentável pela maneira que critiquei o presidente.

Nenhum militar teria feito o que fiz, mas eu sou civil. O primeiro ponto, para mim, é a ciência. O ministro Pontes nunca questionou dados ou metodologia do Inpe. Ele não respondeu sobre ter ignorado as comunicações do instituto, apenas disse que há problemas de comunicação dentro do ministério.

Existiu, de fato, um erro na análise mensal de dados do Deter, o que só poderia ser feito com base nas informações do sistema Prodes, em comparação anual? De quem foi o erro de interpretação?

O Deter realmente não pode ser usado para comparação mensal, e isso consta no site do Inpe. Isso porque a resolução não permite esse tipo de análise, e também porque eu posso detectar um desmatamento em um mês, que não foi detectado anteriormente porque a região estava nublada, por exemplo. Mas o Inpe informa isso.

O que acontece é que os dados ficam disponíveis diretamente no site porque há uma obrigação da Lei de Acesso à Informação, e qualquer pessoa pode conferi-los. Aconteceu que a imprensa somou todas as áreas, comparou com a soma do mesmo mês no ano anterior e disse que houve um aumento de 88%. Está errado. Mas o presidente da República me acusou de fornecer os dados para a imprensa, e eu nunca fiz isso porque não precisa.

Eles estão na página automaticamente. Mais uma vez, é a incompreensão de alguém que não tem formação suficiente para entender como é que funcionam as coisas. Mas o Inpe continua a publicar os dados. Acabou de sair um alerta enorme do Deter, e o governo vai ter problemas porque os dados do sistema Prodes, que mede o desmatamento anualmente com imagens de qualidade muito maior, vão ser publicados no fim do ano e devem mostrar um desmatamento muito acima do que o Deter vem mostrando, o que ocorre há 13 anos. O novo diretor indicado do Inpe [Darcton Damião] conversou comigo e se comprometeu de que não haverá nenhuma proibição aos dados do Prodes. Espero que isso realmente seja feito.

Existe uma especulação de que o pesquisador da Embrapa Evaristo de Miranda teve influência na sua exoneração. O que o senhor pensa dessa hipótese?

Não o conheço pessoalmente e não posso dizer que ele tenha feito isso. Mas sei, pelo pessoal do Inpe, que ele tem uma influência muito grande no governo, e há anos ele vem tentando tirar do instituto a responsabilidade pelo monitoramento do desmatamento da Amazônia, com o intuito de passar para a Embrapa.

Ele tem algumas teorias completamente opostas ao resto da ciência. Diz que o Brasil não desmata, isso a partir de modelos que ele diz que desenvolve. Não sou especialista na área, mas em uma apresentação há cerca de quatro anos em um congresso, ele foi fortemente questionado pelo cientista Carlos Nobre, que pediu que ele mostrasse dados, e esses dados nunca foram mostrados. Além de ele não ter publicações científicas que comprovem o que ele diz, existem publicações de outros cientistas na Nature que mostram que o que ele faz não está correto.

Como o senhor está lidando com essa crise, depois de ela ter tomado a dimensão que tomou?

Um colega do Inpe fez uma analogia com o “Efeito Borboleta”, em que uma borboleta que bate asa na Califórnia pode criar uma tormenta na Ásia. É claro que a energia da borboleta não é suficiente para a tormenta, mas existe uma enorme energia acumulada nos sistema, que é facilmente desencadeada.

Foi o que ocorreu após a minha reação às acusações: já havia na própria sociedade e no meio científico uma indignação muito grande com a forma que esse governo tem tratado a academia. Eu me indignei e isso, de certa forma, se concentrou em mim, muito mais do que eu gostaria.

Mas é inevitável ter essas consequências políticas. Espero nunca mais ter de criticar nem brigar com o governo Bolsonaro. Tenho dado entrevistas até para veículos estrangeiros e recebi mensagens de instituições da Holanda, da Itália, da Alemanha. Não são manifestações em apoio a mim, mas ao Inpe. Isso tem sido enorme. A própria Nasa se manifestou.

Como está o clima dentro do Inpe?

A indignação foi grande. E atingiu até mesmo os alunos de pós-graduação, o que mostra que o presidente não tem noção da grandeza do instituto. O Inpe tem sete cursos de pós-graduação, sendo o mais destacado justamente o de observação da Terra, que foi onde o novo diretor do Inpe fez mestrado.

Os mesmos pesquisadores que trabalham nos dados do Deter são os professores do curso. E tem uma questão fundamental na ciência, tratada em revistas científicas nacionais e internacionais, que é a manipulação de dados por pesquisadores.

Como o presidente do Brasil diz que os dados do Inpe são mentirosos, cheguei ao instituto e alguns alunos me questionavam sobre a consequência do evento para o curso de pós-graduação, já que os professores eram acusados. Até por isso tive a reação que tive. Houve uma indignação, mas fui apoiado por todos no Inpe. Foi uma solidariedade enorme, todos se sentiram representados pela forma contundente da qual respondi.

Quais são as consequências da entrada do novo diretor no Inpe?

Eu considero muito sensata a escolha do diretor interino pelo ministro Pontes. É alguém da Força Aérea Brasileira, mas que fez mestrado no Inpe e usou dados do Prodes na tese de doutorado. Ele conhece o instituto internamente e tem experiência científica. Acredito que até pelo próprio prestígio, ele deve respeitar os dados.

Com relação ao Inpe como instituição, vai ser difícil o governo fazer outros ataques porque, além do prestígio que já tinha, esse evento todo aumento violentamente a reputação do instituto. Toda a comunidade científica saiu em defesa do Inpe, que tem grande penetração, inclusive internacional.

O governo comentou a ideia de transferir a responsabilidade do monitoramento, até mesmo para uma empresa estrangeira, como o senhor mesmo comentou. O que explica essa ideia, já que os dados são tidos como confiáveis até mesmo pela Nasa?

Não posso responder por eles. Isso foi dito de forma simplista. O ministro Salles não é especialista, não sabe as coisas são feitas. Como diretor do Inpe, eu sempre chamei especialistas para responder a questionamentos. Mas ele não tem esse comportamento: quer responder sobre temas que não entende e fala absurdos.

Os dados gerados pelo Inpe têm sido utilizados para mobilizar ações concretas?

Não tenho a dimensão correta de quantas autuações foram feitas no governo Bolsonaro. Segundo a imprensa, esse número diminuiu muito, e colegas no Ibama afirmam que as equipes que fazem as autuações foram bastante desmobilizadas, mas não tenho como dizer isso. Para não colocar em uma questão ideológica: até 2012, a queda do desmatamento foi muito grande devido a uma ação imediata do governo.

Mas já no governo Dilma, o desmatamento começou a não diminuir mais, e passou a aumentar no começo do governo Temer. Depois, houve uma queda. Atribuo tudo isso a formas de ação no local. O Inpe não tem ação em coibir. Vejo com maus olhos a contratação de uma empresa para fazer o monitoramento.

Parte da credibilidade que o Brasil adquiriu nesse controle é porque o MCTIC, por meio do Inpe, fornece os dados, mas as autuações são feitas pelo MMA. São ministérios independentes. Quando o próprio ministério que faz autuações contrata uma empresa para gerar os dados, essa credibilidade cai por terra porque surge um conflito de interesses.

Esse movimento de transferir a responsabilidade pelo monitoramento também envolveria mudanças na metodologia. O senhor acredita que outras metodologias, inclusive melhores, podem ser usadas?

Muita coisa pode ser melhorada. Pode-se aplicar machine learning para fazer as coisas muito mais rápidas. O próprio Inpe está desenvolvendo isso, para fazer tudo de uma forma mais automatizada. Mas o instituto ainda usa serviço de analistas. São pessoas que identificam as áreas desmatadas, e a qualidade desse serviço ainda é insuperável, o machine learning não conseguiu suplantar isso.

Por exemplo, monitorar a queda de grandes árvores na Amazônia é uma coisa. Monitorar desmatamento no cerrado, com árvores menores, é muito mais difícil. É aí que entra o ser humano que, no caso do Inpe, checa a situação in loco.

No passado, tivemos um confronto com a Universidade de Maryland, que dizia que os dados de desmatamento eram maiores do que os que o Inpe mostrava. Fomos ver com cuidado, e concluímos que se tratava de um período de seca, no qual algumas formações rochosas amazônicas parecem. O sistema deles, de machine learning, interpretou como desmatamento. Não era.

Qual a consequência desse episódio para a ciência e economia brasileiras?

Esse embate faz com que a ciência saia reforçada, mostrando que os cientistas não aceitam colocar seus dados e resultados sujeitos a interpretações impostas por interesses políticos. Conhecemos muitos fatos dessa ordem, o mais famoso é o de Galilei com a igreja, sobre o fato de a terra se mover.

A luta contra o obscurantismo, cujo paladino é o Olavo de Carvalho, é muito importante. Fiquei satisfeito com a reação da comunidade científica brasileira. A ciência sai fortalecida. O impacto econômico, no entanto, pode ser muito mais sério para o país. Não há dúvida que temos empreendedores do agronegócio muito modernos, além de pesquisadores, como o físico Silvio Crestana, que mostram o crescimento da produtividade brasileira sem desmatar nada, com técnicas modernas.

Esses ruralistas que querem desmatar para colocar gado estão na direção contrária do progresso cientifico e tecnológico. A redução do desmatamento deu ao pessoal do agronegócio brasileiro uma alavanca muito importante para colocar seus produtos lá fora: o selo verde.

O Brasil compete com todo mundo no fornecimento de produtos agrícolas, e a consequência nas vendas de produtos oriundos de desmatamento é drástica. Os empreendedores sabem disso, mas o governo parece não ter essa dimensão. A própria ministra da Agricultura fez um alerta sobre a necessidade de mudar o discurso sobre o acordo de Paris, porque isso prejudicaria as exportações.

Quando Bolsonaro fala sobre fazer acordo com os EUA para explorar minerais em terras indígenas, pelo amor de Deus, não tem a menor noção do impacto negativo que uma afirmação desse tipo tem para o país.

Que recado o governo passa ao fazer esses movimentos?

Passa um recado de desprezo sobre as questões do meio ambiente e progresso científico. O que eu espero que saia disso tudo é que Bolsonaro pense com mais cuidado. Ele tem pessoas no governo dele muito bem formadas que entendem do assunto. Ele pode ouvi-las melhor.

Espero que ele reverta essa maneira de encarar a Amazônia porque nós não podemos suportar isso. O desmatamento é muito rápido. Espero que após esse embate, mesmo com toda a irritação que ele tenha comigo, ele se conscientize de que está causando um prejuízo muito grande para o país e reverta essa política.

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