Brasil

Equipe vê até R$ 175 bi fora do teto; Lula quer negociar com Congresso

Valores foram citados em uma reunião da equipe de transição com Lula em São Paulo e em um encontro da bancada do PT em Brasília

Lula: Equipe vê até R$ 175 bi fora do teto; Lula quer negociar com Congresso (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Lula: Equipe vê até R$ 175 bi fora do teto; Lula quer negociar com Congresso (Ricardo Stuckert/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2022 às 09h16.

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) calcula que precisará de uma licença para gastar de R$ 170 bilhões a R$ 175 bilhões em 2023, mas o petista mandou suspender a apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para bater o martelo só depois de um diálogo com o Congresso.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Os valores foram citados em uma reunião da equipe de transição com Lula em São Paulo e em um encontro da bancada do PT em Brasília, ontem. Lula viajará à capital federal hoje para iniciar as negociações e quer apostar no diálogo político antes de fechar o número do gasto extra no Orçamento.

A bancada do PT na Câmara reuniu os atuais e os deputados que tomarão posse em 2023 para um encontro na Casa. O grupo saiu com o desafio de construir a viabilidade da PEC, plano A do futuro governo.

Os parlamentares ressaltaram que a solução final está “em suspenso” e que tudo ficou em aberto à espera dos acordos políticos. O discurso no partido é viabilizar a licença para garantir o Bolsa Família de R$ 600 em janeiro e o reajuste real no salário mínimo, entre outros programas.

No domingo, a equipe de transição, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, decidiu levar a PEC para Lula bater o martelo. Ontem, no entanto, a decisão foi dar um pouco mais de tempo para as negociações. O texto deve ser finalizado só amanhã. O que é prioridade, avisam petistas, é garantir o espaço no Orçamento para Lula começar a governar.

O acordo passa pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem Lula deve conversar em Brasília nesta semana. O deputado José Guimarães (PT-CE), um dos principais interlocutores do presidente eleito com Lira, pediu aos colegas que os esforços se concentrem em viabilizar a PEC. Aos deputados ele afirmou que Lira está com “boa vontade” para negociar a PEC com Lula. A avaliação é que a proposta tem mais segurança política e jurídica.

"Boa vontade" de Lira vira brincadeira

Na reunião, parlamentares petistas ironizaram a negociação, afirmando que Lira estaria com boa vontade “até demais” e que a disposição “não é só por amor”, ou seja, exigirá uma negociação com o Centrão que mantenha o deputado no comando da Câmara.

Críticos da PEC ainda defendem a abertura de um crédito extraordinário para garantir as despesas mais urgentes e evitar que Lula fique refém do Congresso.

A interlocutores da bancada petista, Lira afirmou que é preciso conhecer o texto antes de avançar. Há ainda um plano C apresentado a Lula: manter o Bolsa Família em R$ 600 com o Orçamento atual e pedir um crédito adicional ao Congresso quando o dinheiro acabar, no meio do ano, por meio de um projeto de lei.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas