A equipe econômica do Governo Dilma quer mais rigor fiscal (AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2010 às 07h39.
Brasília - Na primeira aparição pública depois de confirmados oficialmente como integrantes da equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) rejeitaram as bombas fiscais em tramitação no Congresso e elegeram como alvos de contenções e cortes os aposentados, o valor do salário mínimo e reajustes do Judiciário e dos policiais.
Adotando um discurso tecnocrata, Miriam Belchior disse que a meta, no governo Dilma, é “fazer mais com menos dinheiro”. Para isso, afirmou, o próximo governo vai “reavaliar todos os contratos de custeio”. Mantega afirmou que o crescimento econômico acima de 5% impõe a obrigação de não criar novas despesas.
Durante a campanha eleitoral, a então candidata do PT negou, mais de uma vez, que adotaria um ajuste fiscal caso ganhasse a eleição. No fim de agosto, em visita a uma escola do Senai, em São Paulo, quando questionada sobre estudos fiscais, Dilma rebateu: “Não autorizo nenhuma avaliação a esse respeito”. Alegando que “o Brasil de hoje não é igual ao de 2002 (governo FHC)”, a candidata disse que não via “o menor sentido na discussão”.
Vinte e cinco dias depois de eleita, a presidente expôs o receituário fiscal ontem, assim que o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP) anunciou formalmente os nomes de Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini (na presidência do Banco Central) como os escolhidos para a nova equipe econômica.
Dilma Rousseff não anunciou pessoalmente a sua equipe econômica. No início da tarde, a assessoria de imprensa da presidente eleita divulgou nota confirmando os nomes. A nota ressaltou que “a presidente eleita determinou que a nova equipe assegure a continuidade da bem-sucedida política econômica do governo Lula - baseada no regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal ”. À noite, em entrevista à Globo News, Mantega sinalizou que pretende expurgar alimentos e combustíveis do cálculo da inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.